Quebrando o silêncio pela primeira vez desde o início da guerra entre o Hamas e Israel, o Conselho de Segurança da ONU aprovou uma resolução, na noite de quarta-feira (15/11), propondo “pausas e corredores humanitários” na Faixa de Gaza. Porém, no terreno, os combates continuam.
O Exército israelense confirmou nesta quinta-feira (16/11) que seus “soldados” ainda estavam mobilizados no hospital Al-Shifa, onde afirma ter encontrado “munições, armas e equipamento militar”, o que é negado pelo Hamas.
O exército israelense continua o ataque nesta quinta-feira ao principal hospital da Faixa de Gaza. Milhares de civis palestinos estão abrigados no edifício, o que suscita sérias preocupações e muitas críticas internacionais.
O imenso complexo hospitalar de Al-Shifa está no centro dos combates há vários dias. As instalações são apresentadas por Israel como um centro estratégico e militar do Hamas, informação que é negada pelo movimento islâmico, no poder na Faixa de Gaza desde 2007.
Os militares israelenses afirmam ter encontrado “munições, armas e equipamento militar” do Hamas no hospital, divulgando imagens do que afirmam ser armas, granadas e outros equipamentos. A informação não pôde ser verificada de forma independente.
O Exército israelense confirmou nesta quinta-feira à AFP que os seus “soldados” ainda estavam mobilizados neste hospital onde, segundo a ONU, estão cerca de 2.300 pessoas (pacientes, profissionais de saúde, pessoas deslocadas pela guerra).
Reprodução/ @idfonline
Israel afirma ter encontrado ‘munições, armas e equipamento militar’, o que é negado pelo Hamas
“As escavadeiras israelenses destruíram parcialmente a entrada sul” do complexo, “perto da maternidade”, já danificada por disparos de tanques nos últimos dias, informou durante à noite, por sua vez, o Ministério da Saúde do Hamas. O Exército israelense “não encontrou armas nem equipamento militar” em Al-Shifa, rebateu a mesma fonte, afirmando “não autorizar” a presença de armas nos seus estabelecimentos.
Desde o ataque sangrento lançado pelo movimento palestino em seu território, em 7 de outubro, Israel prometeu “aniquilar” o Hamas. O movimento islâmico é classificado como uma organização terrorista pelos Estados Unidos e pela União Europeia.
ONU pede “pausas”
Na quarta-feira, o Conselho de Segurança da ONU aprovou uma resolução pedindo “pausas e corredores humanitários” na Faixa de Gaza. O texto, que obteve 12 votos a favor e 3 abstenções (dos Estados Unidos, Reino Unido e Rússia), é o primeiro adotado pelo Conselho desde o final de 2016 sobre a questão israelo-palestina.
A guerra entre Israel e o Hamas foi desencadeada pelo ataque sem precedentes do movimento islâmico desde a criação de Israel. Do lado israelense, cerca de 1.200 pessoas foram mortas, principalmente civis massacrados naquele dia, segundo as autoridades. Em retaliação, Israel bombardeou implacavelmente a Faixa de Gaza, que foi sujeita a um cerco quase total. Os bombardeios israelenses deixaram 11.500 mortos, a maioria civis, incluindo 4.710 crianças, segundo o governo do Hamas.