A Confederação Israelita do Brasil (Conib) publicou um comunicado nesta segunda-feira (01/01) em repúdio à declaração da presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), a deputada federal Gleisi Hoffmann, após esta prestar sua solidariedade ao jornalista Breno Altman.
O jornalista e fundador de Opera Mundi tem sido alvo de diversos processos judiciais movidos pela entidade, os quais buscam criminalizar suas opiniões contra a ofensiva militar em Gaza promovida pelo governo de Benjamin Netanyahu, que já matou mais de 21 mil civis palestinos em apenas dois meses e meio.
Para a entidade israelita, a líder do PT “insiste em defendê-lo (Altman), questionando decisões judiciais”, em referência às liminares conquistadas por essa na Justiça de São Paulo, que pedem a censura de mensagens críticas a Israel nas redes sociais do jornalista.
Em publicação realizada neste sábado (30/12), Gleisi disse ser “muito grave a perseguição ao jornalista Breno Altman, por seu firme posicionamento contra o massacre do povo palestino pelo governo de ultradireita de Israel”.
“Querem condená-lo (Altman) por suas opiniões. Não podemos ser coniventes com essa perseguição”, afirmou a presidente do PT.
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Presidente do PT, Gleisi Hoffmann prestou sua solidariedade ao jornalista Breno Altman diante dos processos movidos contra ele pela Conib
Ao concluir sua mensagem, a deputada federal pelo Paraná frisou que “a intolerância não é de Altman, mas de uma entidade que nega aos judeus o direito de não aceitar a doutrina sionista, responsável pelo histórico massacre do povo palestino”.
A entidade israelita considerou essa menção de Gleisi como uma “afirmação preconceituosa em relação à Conib, ou seja, de dupla lealdade, jargão clássico do antissemitismo, que merece total reprovação”.
Além de Gleisi Hoffman, Breno Altman também já recebeu o apoio de diversas figuras importantes da política e do jornalismo, assim como de entidades como a Associação Brasileira de Imprensa (ABI).
Em sua nota sobre o caso, a ABI ressaltou que “confundir as posições antissionistas de Altman – cidadão judeu – com crime de antissemitismo é fazer o jogo dos que defendem o genocídio que o governo de Israel comete na Palestina, ao provocar milhares de assassinatos, inclusive de inocentes crianças”.