O chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, reuniu-se, neste domingo (05/11), com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, em Ramallah, na altura em que há alertas internacionais contra represálias israelenses aos palestinos que vivem na Cisjordânia ocupada.
De acordo com um porta-voz do chefe da diplomacia norte-americana, depois do encontro com Mahmoud Abbas, Antony Blinken apelou ao fim da “violência dos extremistas” contra os palestinos na Cisjordânia e também alertou contra o “deslocamento forçado” deles da Faixa de Gaza.
É a primeira vez que o secretário de Estado norte-americano vai à Cisjordânia desde o início da guerra, em 7 de outubro, entre o Hamas e Israel. A visita não foi anunciada anteriormente por razões de segurança e ocorreu depois de uma viagem à Jordânia, neste sábado (04/11), e a Israel, na sexta-feira (03/11).
De acordo com um comunicado do departamento de Estado norte-americano, durante o encontro com o Rei Abdullah II da Jordânia, na noite anterior, Blinken sublinhou a sua “preocupação com o aumento da violência na Cisjordânia” e insistiu no “compromisso dos Estados Unidos em trabalhar com os parceiros para uma paz duradoura na região e para o estabelecimento de um Estado palestino”.
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Antony Blinken se reúne com Mahmoud Abbas, em Ramallah, e pede fim da ‘violência dos extremistas’ contra palestinos na Cisjordânia
Os Estados Unidos defendem uma solução de dois Estados e a visita a Ramallah é um sinal do apoio norte-americano ao líder da Autoridade Palestina, cuja autoridade é largamente questionada, e também uma tentativa de mostrar que os Estados Unidos se preocupam com os palestinos, apesar de serem o principal apoio político e militar de Israel. Recentemente, o chefe da diplomacia norte-americana afirmou que a Autoridade Palestina deveria retomar o controle da Faixa de Gaza, dirigida desde 2007 pelo Hamas.
Os Estados Unidos, vários países europeus e árabes, assim como a ONU, têm alertado para a deterioração da segurança na Cisjordânia onde o exército informou, na sexta-feira (03/11), que as suas forças operam contra o Hamas, nomeadamente nas cidades de Jenine e Nablus. E de acordo com a Autoridade Palestina, mais de 140 civis foram mortos por soldados ou colonos israelenses na Cisjordânia desde o início dos bombardeios na Faixa de Gaza, na sequência dos ataques sem precedentes do Hamas a Israel em 7 de outubro. Estes ataques fizeram 1.400 vítimas mortais e, em resposta, Israel prometeu “aniquilar” o Hamas, tendo, desde então, atacado a Faixa de Gaza e matado cerca de 9.500 pessoas, incluindo 3.900 crianças.