O cantor e ator israelense Idan Amedi, conhecido principalmente por seu papel na série da Netflix Fauda, ficou gravemente ferido durante os combates em Gaza e foi transportado de avião para o hospital Sheba Medical Center em Tel Aviv.
O relato foi dado pela mídia israelense, citando o primo dele, Ayelet, e o pai do ator, que afirmou que o filho não está em perigo de vida. A estrela de Fauda estava cumprindo o serviço de reservista quando foi ferido. Após ser hospitalizado, ele passou por uma cirurgia urgente, séria e prolongada, segundo o Canal 12.
Amedi, intérprete do personagem Sagi na série, está servindo ao exército israelense. No decorrer da guerra, o ator mantinha uma forte presença nas redes sociais com mensagens de teor propagandístico da guerra sob perspectiva israelense, compartilhando vídeos em que aparece de uniforme militar.
Em um dos vídeos publicados no seu Instagram, o ator disse: “não é uma cena de Fauda. Esta é a vida real. Soldados chegaram aqui após o ataque do último sábado (07 de outubro). Quero que vocês saibam que nesses momentos difíceis, em que a gente perdeu vários dos nossos amigos, a nossa moral é alta. Estamos aqui para proteger nossas crianças, nossas famílias, nossa casa”.
Em novembro passado um dos membros do elenco de Fauda, Matan Meir, morreu enquanto servia às Forças de Defesa de Israel na incursão militar em Gaza.
Reprodução – Netflix
Idan Amedi intérprete de Sagi na série Fauda, da Netflix, está servindo ao exército israelense
Fauda é da autoria do jornalista Avi Issacharoff e do ex-militar Lior Raz, que diz que a série é a sua “terapia depois de ter sofrido anos de síndrome de stress pós-traumático causado pelo seu trabalho como infiltrado”. Raz é também o protagonista da série, interpretando o militar israelita Doron Kavillio.
Em 2019, o New York Times escolheu Fauda como a 8ª melhor “série internacional”. A série, como peça de propaganda israelense, é o maior êxito recente da indústria cultural de Israel em disseminar estereótipos, ideologia e política de Estado em relação à Palestina.
Rachel Shabi, autora do livro Not the Enemy – Israel’s Jews from Arab Lands, escrevia para o Guardian e chamou a atenção para o fato da série não mostrar a realidade dos colonatos, demolições de casas palestinas, apenas alguns postos de controle e nenhuma das brutalidades cotidianas da vida sob ocupação israelense. Para a autora, os palestinos são retratados como fanáticos violentos sem causa política.
O movimento Boicote, Desinvestimento e Sanções protestou contra a série e exortou aos assinantes da Netflix e aos produtores que cancelassem Fauda. O movimento pró-Palestina considera Fauda “propaganda israelense anti-árabe e racista” que “justifica violações dos direitos humanos”.
(*) Com Ansa.