O Ministério das Relações Exteriores do Brasil, por meio do chanceler Mauro Vieira, demonstrou solidariedade ao secretário-geral da ONU, António Guterres, que teve pedido de renúncia por representantes de Israel durante a reunião do Conselho de Segurança desta terça-feira (24/10):
Pouco antes da abertura da sessão de hoje do Conselho de Segurança, o Ministro Mauro Vieira expressou ao Secretário-Geral da ONU, @antonioguterres , o reconhecimento do Governo brasileiro pelo trabalho liderado por Guterres ao longo da atual crise em Israel e Gaza. pic.twitter.com/e3I4aZAKhO
— Itamaraty Brasil ?? (@ItamaratyGovBr) October 25, 2023
Ainda nesta quarta-feira (25/10), durante uma coletiva de imprensa, o secretário-geral quis esclarecer suas falas na sessão do dia anterior, rebatendo acusações falsas sobre apoio ao Hamas.
“Estou chocado com as interpretações erradas feitas sobre minha declaração ao Conselho de Segurança, como se eu estivesse justificando os atos de terror do Hamas. Isso é falso. Foi exatamente o contrário”, afirmou o diplomata português.
Guterres, que comanda as Nações Unidas desde 2017, fez duras críticas a Israel durante a última reunião com países-membros do Conselho Nacional da ONU, em Nova York.
Twitter/Itamaraty Brasil
Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, cumprimenta o secretário-geral da ONU, António Guterres
Em uma das intervenções durante a discussão sobre o conflito entre Israel e Hamas, o diplomata considerou injustificável as ações do grupo palestino, mas também condenou as autoridades israelenses que, de acordo com ele, cometem o crime de “punição coletiva ao povo palestino”.
O uso do termo “punição coletiva” foi o mais destacado da declaração de Guterres, porque se refere a um conceito que é descrito na Convenção de Genebra de 1949 como “crime de guerra”.
As afirmações feitas no Conselho da ONU enfureceram o embaixador israelense, Gilad Erdan, que logo pediu a renúncia de Guterres, questionando a competência do secretário-geral no cargo. Erdan classificou as declarações como “opiniões horríveis”.
O chanceler de Israel, Eli Cohen, também compartilhou da mesma ideia e criticou o líder da ONU: “senhor secretário-geral, em que mundo você vive?”.