O Catar está mediando a negociação por uma trégua humanitária de três dias na guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza em troca da libertação de 12 reféns, incluindo seis americanos, disse uma fonte próxima ao movimento islâmico na quarta-feira (08/11).
“As discussões dizem respeito à libertação de 12 reféns, metade deles americanos, contra uma trégua de três dias, para permitir ao Hamas liberar os reféns”, disse a fonte, falando sob condição de anonimato.
Em Doha, outra fonte anônima próxima das discussões, indicou anteriormente que o Catar liderava a mediação “em coordenação com os Estados Unidos (…) para obter a libertação de 10 a 15 reféns em troca de um cessar-fogo de um a dois dias”.
Segundo a fonte, próxima do Hamas, as discussões neste momento estão paralisadas devido a um impasse “sobre a duração” da trégua e a inclusão num possível acordo do “norte da Faixa de Gaza, palco de operações de combate em grande escala”. “O Catar está aguardando uma resposta dos israelenses”, acrescentou.
A trégua deverá também permitir ao Egito, que faz fronteira com a Faixa de Gaza, “entregar mais ajuda humanitária” ao território palestino sitiado, através da passagem de Rafah, segundo a mesma fonte.
“Não comento nenhuma negociação”, disse o porta-voz do governo israelense, Eylon Levy.
Mais de 240 pessoas foram raptadas e levadas para Gaza no dia do ataque de comandos do Hamas a Israel, em 7 de outubro. Vários estrangeiros, incluindo dez americanos, estão entre os reféns.
Anadolu
Governo do Catar tenta estabelecer acordo que inclua a retirada de soldados israelenses de Gaza
Pelo menos 1,4 mil pessoas morreram em Israel durante o ataque que desencadeou uma guerra, segundo as autoridades israelenses.
Na Faixa de Gaza, a retaliação de Israel, que diz querer destruir o Hamas, deixou 10.569 mortos, incluindo 4.324 crianças, segundo o Ministério da Saúde do Hamas, organização que governa a região.
G7, ONU e ONGs pedem cessar-fogo
Israel recusa qualquer trégua humanitária até que os reféns sejam libertados, apesar dos apelos urgentes da ONU, de ONGs e outros países para um cessar-fogo ou uma pausa que permita a entrega de ajuda à população que está privada de água, eletricidade, alimentos e medicamentos.
Os ministros das Relações Exteriores do G7, o grupo dos sete países mais ricos do mundo, reunidos na quarta-feira em Tóquio, expressaram seu apoio a “pausas e corredores humanitários” em Gaza.
O Catar, que acolhe um gabinete político do Hamas e forneceu milhões de dólares em ajuda financeira a Gaza, esteve envolvido na mediação que permitiu a libertação de quatro reféns em outubro: uma americana e a sua filha e duas israelenses.
O Estado rico em gás também é um aliado próximo dos Estados Unidos, abrigando a maior base militar americana da região.
No domingo (05/11), o primeiro-ministro e ministro de Relações Exteriores do Catar, Mohammed bin Abdelrahmane Al-Thani, afirmou que seu país continuaria a mediar o conflito, apesar das dificuldades no terreno “causadas pelas ações da ocupação israelense”.