O Ministério dos Negócios Estrangeiros palestino ressaltou, neste sábado (27/01), que “a única forma” de implementar a decisão provisória do Corte Internacional de Justiça (CIJ) anunciada em Haia no dia anterior, é por meio de um cessar-fogo imediato — pauta que não foi acolhida pelo órgão em um primeiro momento, diante da guerra em curso de Israel contra o povo palestino.
Segundo a emissora catari Al Jazeera, um dia após o anúncio feito pelo mais alto tribunal das Nações Unidas (ONU), a pasta entendeu a possibilidade de que os ataques contra o povo palestino continuem, em uma “guerra genocida” que dê aval ao exército israelense de “completar a destruição na Faixa de Gaza”.
O organismo palestino também destacou a falta de comprometimento por parte do governo de Israel em relação à decisão, uma vez que não houve anúncio oficial de autoridades locais após a sentença.
Pelo contrário, o premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, considerou “continuar a guerra”, classificando a decisão da CIJ de não arquivar a denúncia da África do Sul por crime de genocídio como “uma mancha de vergonha que não será apagada por gerações”.
“A afirmação de que Israel perpetra um genocídio contra o povo palestino é não apenas mentirosa, mas também ultrajante. Israel combate uma guerra justa contra os monstros do Hamas”, disse o primeiro-ministro, na sexta-feira (26/01).
Twitter/IDF
Governo palestino diz que cessar-fogo imediato é ‘única forma’ de implementar a decisão do CIJ
A ação sul-africana, apoiada pelo Brasil, pede que a CIJ declare que Israel violou a Convenção para Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio durante o conflito contra o grupo palestino Hamas na Faixa de Gaza.
De acordo com os dados atualizados pelo Ministério da Saúde neste sábado, a guerra já matou pelo menos 26.257 palestinos e deixou quase 65 mil feridos, incluindo crianças e mulheres inocentes. Com um massacre em curso, o pedido também incluía um cessar-fogo imediato no enclave. No entanto, a CIJ não se pronunciou sobre.
A presidente do tribunal, a magistrada norte-americana Joan Donoghue disse que a órgão internacional está ciente do tamanho da “tragédia humana” em Gaza e manifestou preocupação com a contínua perda de vidas no território.
Com isso, o tribunal ordenou que Israel “tome todas as medidas para evitar quaisquer atos de genocídio” no enclave palestino e puna as pessoas que incitarem esse tipo de crime.