Na noite desta terça-feira (31/10), quase simultaneamente, os presidentes do Chile, Gabriel Boric, e da Colômbia, Gustavo Petro, anunciaram a convocação de seus respectivos embaixadores em Israel, como forma de protestar contra as mortes de milhares de palestinos durante a ofensiva que este país promove na Faixa de Gaza.
O primeiro a manifestar essa posição foi o chileno Boric, que publicou uma declaração dizendo que “diante das inaceitáveis violações ao Direito Internacional Humanitário que Israel tem cometido na Faixa de Gaza, nosso governo resolver chamar a consultas o embaixador em Israel, Jorge Carvajal”.
Em seguida, na mesma mensagem, o mandatário chileno argumenta que “o Chile condena energicamente e observa com grande preocupação que tais operações militares – que já se desenvolveram a ponto de configurar um castigo coletivo à população civil palestina em Gaza – não respeitam normas fundamentais do Direito Internacional, como ficou demonstrado após mais de oito mil vítimas civis, em sua maioria mulheres e crianças”.
Ante las inaceptables violaciones del Derecho Internacional Humanitario en que ha incurrido Israel en la franja de Gaza, como Gobierno de Chile hemos resuelto llamar en consultas a Santiago al embajador de Chile en Israel, Jorge Carvajal.
Chile condena enérgicamente y observa…
— Gabriel Boric Font (@GabrielBoric) October 31, 2023
Minutos depois, o colombiano Petro, em uma publicação mais sucinta, disse que decidiu “chama a consultas a nossa embaixadora em Israel”, em referência à diplomata colombiana Margarita Manjarrez, que exerce essa função desde fevereiro de 2020.
Ximena Navarro / Presidência do Chile
Boric e Petro chamaram seus respectivos embaixadores em Tel Aviv a consultas, em protesto por massacre cometido por Israel contra palestinos
O presidente da Colômbia completou seu tuíte com uma definição mais contundente contra o governo do premiê israelense Benjamin Netanyahu: “se Israel não parar com o massacre do povo palestino, não podemos continuar presentes nesse país”.
He decidido llamar a consulta a nuestra embajadora en Israel. Si Israel no detiene la masacre del pueblo palestino no podemos estar allá.
— Gustavo Petro (@petrogustavo) November 1, 2023
As medidas tomadas pelos mandatários do Chile e da Colômbia acontecem horas depois de uma decisão da Bolívia que foi mais além e rompeu suas relações diplomáticas com Israel, também em função do massacre ao povo palestino.
Horas depois de o presidente boliviano Luis Arce se reunir com o embaixador da Palestina em seu país, Mahmoud Elalwani, o governo anunciou, através da ministra porta-voz María Nela Prada, que a decisão de cortar laços com Tel Aviv se baseia no repúdio “às claras violações ao Direito Humanitário Internacional, às mortes de milhares de civis palestinos na Faixa de Gaza e ao tratamento hostil de Israel às equipes internacionais que prestam ajuda humanitária na região”.