As últimas horas foram repletas de tiros e bombardeios na Faixa de Gaza, território onde os palestinos já não encontram mais escapatória.
“Estamos no dia mais intenso desde o início da operação terrestre”, confirmou nesta terça-feira (05/12) Yaron Finkelman, o general israelense responsável pelo comando do exército no sul na Faixa de Gaza.
As tropas militares se concentraram no campo de refugiados de Jabalia e no distrito de Shuja’iyya. Em publicação, as Forças de Defesa de Israel divulgaram também que, como prometido, invadiram o centro de Khan Younes, a segunda maior cidade de Gaza, “contra os combatentes do Hamas”.
The IDF has been operating in Hamas strongholds in the areas of Jabaliya, Shuja’iyya and Khan Yunis, destroying terrorist infrastructure and eliminating Hamas terrorists.
In addition, our forces gained control of central Hamas positions in Jabaliya over the past day, as well as… pic.twitter.com/Sm4NB6yP2X
— Israel Defense Forces (@IDF) December 5, 2023
Nesta nova fase da operação, em menos de um dia, Khan Younes já registrou mais de 50 palestinos mortos durante uma troca de tiros entre combatentes do Hamas e soldados de ocupação.
A maioria dos residentes da cidade fugiu para Rafah, que se tornou um polo bastante povoado com uma ajuda humanitária extremamente escassa.
Outros 20 palestinos também perderam a vida em Deir el-Balah, uma cidade localizada na região central, quando o exército israelense bombardeou um edifício residencial.
O Comitê Internacional de Resgate (IRC) alertou, mais uma vez, de que nenhum lugar na Faixa de Gaza está seguro. Após o fim da trégua, as autoridades de Tel Aviv ordenaram os civis da região a deixarem o sul. No entanto, apesar das orientações, os ataques aleatórios do Estado judeu não garantem segurança alguma, em nenhuma parte do território palestino.
Twitter/Naija
Israel confirma que reforço na operação terrestre contra o sul da Faixa de Gaza e palestinos não têm por onde fugir
A entidade afirma que o reinício das hostilidades não só causou a perda de centenas de vidas, como também torna “cada vez mais difícil” para as organizações humanitárias “permanecerem seguras, e muito menos fornecer o nível de apoio necessário para as pessoas.”
“Mesmo em Rafah e Khan Younis, para onde as pessoas foram encorajadas a fugir, os bombardeios diários continuam matando civis e destruindo infraestruturas. Os deslocados enfrentam escassez de alimentos e água, além de surtos de doenças. O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) palestinos já confirmou um surto de hepatite A em uma de suas instalações”, afirmou Bob Kitchen, vice-presidente do IRC para Emergências.
“A cada hora que passa, a necessidade de um cessar-fogo fica mais urgente. Mais de dois milhões de palestinos enfrentam uma catástrofe humanitária”, acrescentou o representante.
Mortes em Gaza serão uma mancha para Israel e seus aliados
O chefe do Conselho Norueguês para os Refugiados, Jan Egeland, considerou que as hostilidades em Gaza “estão entre os piores ataques a qualquer população civil do nosso tempo”:
“Nossos colegas em Gaza se questionam: como é que estas atrocidades são transmitidas para todo o mundo e, mesmo assim, é feito tão pouco para que elas sejam impedidas?”
Em comunicado nesta terça-feira (05/12), Egeland condenou os líderes da comunidade internacional que são coniventes à conduta das autoridades de Tel Aviv contra os palestinos, mas sem nomear as respectivas nações.
“Os países que apoiam Israel com armas devem compreender que as mortes de civis serão uma mancha permanente na sua reputação. Eles devem exigir um cessar-fogo imediato em Israel e Gaza”, afirmou o chefe do conselho.