“O sistema de saúde está completamente colapsado neste momento”, declarou Marie-Aure Perreaut, coordenadora de emergência do Médicos Sem Fronteiras (MSF), dentro do próprio Hospital Al-Aqsa, localizado no centro da Faixa de Gaza.
Com os incessantes ataques de Israel ao território palestino, a líder da entidade denunciou a limitação dos recursos necessários para o atendimento das vítimas e a impossibilidade de acompanhar o fluxo de entrada de feridos.
A intensa operação militar comandada pelas autoridades de Tel Aviv tem como justificativa “eliminar o Hamas‘. No entanto, a tese perdeu credibilidade uma vez que a maior parte das vítimas fatais são os próprios palestinos, incluindo crianças e mulheres inocentes. Nesse cenário, membros de equipes humanitárias também têm sido atingidos. Muitos, inclusive, chegaram a perder a vida.
“Além disso, é extremamente difícil para os colegas passarem pelo pronto-socorro porque são eles que estão feridos. Há cerca de uma hora, um dos nossos colegas chegou ao pronto-socorro gravemente ferido junto com sua família”, desabafou Perreaut, classificando a situação como “traumatizante”.
Um dos maiores problemas relatados pelo MSF com relação aos pacientes é a falta de acesso ao tratamento, uma vez que os centros de saúde estão sendo obrigados a evacuar e as estradas não são nada seguras para chegar às clínicas disponíveis.
Twitter/State of Palestine – MFA
Serviços de saúde em Gaza param de operar conforme o aumento em ritmo frenético no número de vítimas pelos ataques israelenses
Passagem de Kerem Shalom ‘deverá ser aberta’
O COGAT, órgão militar israelense responsável pela coordenação de assuntos civis palestinos, afirmou que a passagem da fronteira Karem Abu Salem (Kerem Shalom) entre Israel e Gaza “deverá ser aberta”.
O secretário de assuntos humanitários das Nações Unidas, Martin Griffiths, já havia adiantado a informação na última quinta-feira (07/12), na ocasião em que estava criticando a impossibilidade de uma operação humanitária efetiva no sul de Gaza, região gravemente atingida na fase mais recente da operação israelense.
“Não temos uma ‘operação humanitária’ no sul de Gaza. Não se pode chamar por esse nome. O ritmo do ataque militar no sul é uma repetição do ataque no norte”, declarou o representante.
Ao falar em “capacidades de realizar inspeções para a entrega de ajuda a Gaza”, o COGAT também manifestou duvidar da competência da ONU ao culpar o órgão internacional por não entregar ajuda suficiente aos palestinos por meio da passagem de Rafah, atualmente aberta, com o Egito.
“A ONU tem que fazer melhor”, disse o COGAT em publicação.
We have expanded our capabilities to conduct inspections for the aid delivered into Gaza. Kerem Shalom is to be opened, so the amount of inspections will double.
But the aid keeps waiting at the entrance of Rafah.
The UN must do better – the aid is there, and the people need it. pic.twitter.com/2RGNkPFRyD— COGAT (@cogatonline) December 11, 2023
As agências das Nações Unidas e as organizações não governamentais têm afirmado repetidas e diversas vezes que Israel não permite a passagem dos recursos básicos necessários, incluindo o combustível vital para as operações hospitalares.