A 8ª Vara Criminal Federal de São Paulo emitiu nesta quinta-feira (30/11) uma liminar assinada pela juíza federal substituta Maria Carolina Akel Ayoub que atende pedido da Confederação Israelita do Brasil (Conib) contra as mensagens que o jornalista Breno Altman, fundador de Opera Mundi, publica em suas redes sociais em favor da causa palestina.
A decisão repete o conteúdo de outra liminar publicada há uma semana, produzida pela esfera cível, e que intima o jornalista a apagar sete postagens de suas redes sociais, além de solicitar a abertura de inquérito policial para um possível processo.
Desde o dia 7 de outubro, quando o governo de Israel iniciou uma nova ofensiva militar contra a Faixa de Gaza – a qual já resultou na morte de mais de 14 mil pessoas –, Altman vem manifestando diversas críticas ao governo israelense liderado pelo premiê Benjamin Netanyahu, nas quais condena especialmente a ideologia sionista promovida por esse governo, a qual ele considera como racista, e o regime de apartheid imposto aos palestinos em Gaza e na Cisjordânia.
Para contestar as opiniões de Altman, a Conib alega que seus comentários seriam “racistas”, já que promoveriam o “antissemitismo” (discriminação aos judeus), argumento que ignora o fato de que o jornalista é de família judia.
Reprodução/Causa Operária
Breno Altman contestou acusação da Conib argumentando que a entidade busca confundir antissionismo com antissemitismo
Resposta de Breno Altman
Na tarde desta mesma quinta-feira, Altman comentou esta nova liminar obtida pela Conib dizendo que “a manobra dos agentes sionistas, mais uma vez, repousa na mentirosa associação entre antissionismo e antissemitismo, ainda capaz de ludibriar autoridades de boa fé”.
“Repito o que tenho afirmado inúmeras vezes: antissionismo é a repulsa contra uma ideologia racista e colonial que levou ao regime de apartheid construído pela liderança do Estado de Israel, assim reconhecido pela resolução 3379 das Nações Unidas. Antissemitismo é o ódio contra os judeus”, reforçou o fundador de Opera Mundi.
Altman acrescentou que “além da marotagem narrativa, a acusação revela um paradoxo. Como poderia ser considerado antissemita um judeu, como eu, que teve parte da família dizimada pelo Holocausto e cujos ancestrais foram históricos dirigentes do setor antissionista da comunidade judaica brasileira?”.
“Como não surtiu efeito essa forma fascista de pressão, em seguida a CONIB assumiu a vanguarda das agressões contra quem denuncia os crimes cometidos pelo regime sionista, atuando em múltiplas instâncias, tal qual é característico na prática de lawfare. Se pretendem o meu silêncio, voltarão a fracassar”, completou o jornalista em seu Twitter.
LAWFARE SIONISTA CONTRA A LIBERDADE
Fui informado que a CONIB (Confederação Israelita do Brasil), principal agência do Estado sionista em nosso país, em flagrante perseguição judicial, acionando agora também a esfera penal, obteve outra decisão liminar, na 8ª Vara Criminal…
— Breno Altman (@brealt) November 30, 2023