O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) deve votar nesta terça-feira (17/10) uma resolução apresentada pelo Brasil para dar uma resposta à crise humanitária na Faixa de Gaza. Mas a Rússia, que teve uma proposta rejeitada ontem, da qual o Brasil se absteve, considera o texto brasileiro “desequilibrado”.
A reunião estava para começar quando a embaixadora dos Emirados Árabes pediu mais tempo para negociar os termos das resoluções a portas fechadas. Quando os diplomatas voltaram, o texto da Rússia foi colocado em votação e foi rejeitado.
A proposta apresentada por Moscou foi aprovada por cinco Estados-membros, entre eles a China e a Rússia, e rejeitado por quatro países, França, Estados Unidos, Reino Unido e Japão. Outros seis países, entre eles o Brasil, se abstiveram.
O documento da Rússia não fazia nenhuma menção ao Hamas e pedia um cessar-fogo humanitário. Para os Estados Unidos, Israel tem o direito de se defender, e isso inclui a possibilidade de atacar o Hamas na Faixa de Gaza.
UN News
Proposta apresentada pelo Brasil deve ser votada pelo Conselho de Segurança nesta terça-feira (17/10)
Qual é a proposta do Brasil?
O texto proposto pelo Brasil inclui uma condenação do Hamas por seus ataques a Israel e a revogação da ordem israelense para que civis e funcionários da ONU na Faixa de Gaza do Norte se desloquem para o sul de Gaza, embora sem mencionar Israel explicitamente.
A proposta prevê ainda tréguas humanitárias para permitir o acesso à ajuda. Ambos os textos russo e brasileiro condenam a violência e hostilidades contra civis, bem como todos os atos de terrorismo, e pedem a libertação de reféns.
O que é necessário para aprovar uma resolução no Conselho?
Para que um texto seja aprovado no Conselho de Segurança da ONU, é necessário obter votos favoráveis de nove dos 15 membros. Além disso, nenhum dos cinco membros permanentes (Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido e França) pode votar contra, pois possuem poder de veto.