Representantes dos governos do Egito, do Catar e dos Estados Unidos apresentaram nesta terça-feira (27/02) uma proposta que busca estabelecer 40 dias de cessar-fogo entre Hamas e Israel. Caso a oferta seja aceita por ambas as partes, seria a maior trégua entre os países desde o início da ofensiva militar israelense à Faixa de Gaza.
A proposta é resultado de reuniões realizadas nos últimos dias em Paris, capital da França, entre autoridades egípcias, cataris e norte-americanas, junto com representantes de Tel Aviv e do movimento de resistência palestino.
O documento apresentado às partes prevê uma trégua de 40 dias, que serviria, entre outras coisas, para que os palestinos muçulmanos possam realizar os rituais tradicionais do Ramadã, mês sagrado para a religião islâmica.
Além disso, o período também serviria para realizar obras de reparações em hospitais e outras estruturas básicas. O acordo inclui a obrigação de que Israel libere 500 caminhões por dia levando ajuda humanitária, água, alimentos e insumos básicos para a população palestina.
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Negociações em Paris poderiam resultar na maior trégua desde o início da ofensiva militar israelense
Outro ponto importante da proposta é o da troca de reféns: caso assine o documento, o Hamas se comprometeria a libertar 40 prisioneiros israelenses que estão em seu poder, enquanto o governo de Israel soltaria 400 prisioneiros palestinos mantidos em prisões no país.
As negociações realizadas em Paris tiveram como principais interlocutores o conselheiro dos Estados Unidos para o Oriente Médio, Brett McGurk, o chefe da Inteligência do Egito, Abbas Kamel, e o chanceler do Catar, Mohammed bin Abdulrahman bin Jassim Al Thani, que se mantiveram constantemente em contato com representantes de Israel e do Hamas durante todas as reuniões.
A ofensiva militar de Israel na Faixa de Gaza, iniciada no dia 7 de outubro de 2023, já produziu a morte de quase 30 mil civis palestinos – os registros oficiais falam em 29.782 mortes –, incluindo mais de 13 mil crianças. Também há mais de 11 mil corpos desaparecidos, o que poderia elevar o número total de vítimas.
Cerca de 71 mil pessoas que sobrevivem em Gaza estão feridas, em casos onde até mesmo os problemas de menor gravidade podem significar um alto risco, devido a falta de água, energia elétrica e insumos básicos que sofrem a maioria dos hospitais do território palestino.