A fronteira em Rafah foi reaberta nesta quinta-feira (09/11) após ter ficado um dia fechada “por falta de segurança”, de acordo com os Estados Unidos que, por sua vez não detalharam o que motivou o fechamento da passagem que liga a Faixa de Gaza ao Egito. No entanto, apesar de reaberta, não foram divulgadas novas listas com portadores de passaporte estrangeiro autorizados a deixar o local. A liberação contemplou os que já estavam na lista divulgada no dia anterior e não conseguiram sair. Com isso, os 34 brasileiros presos no enclave palestino seguem retidos sem previsão de deixar a zona de guerra.
Nesta quarta-feira (08/11), a diplomacia brasileira chegou a informar ao grupo de brasileiros sobre a expectativa de que a autorização saísse nesta quinta (09/11), mas a previsão não se confirmou.
“Coloca nosso nome e a gente sai. Por que não estão colocando nosso nome nessa lista? Isso é um absurdo. Nós somos reféns aqui de Israel”, desabafou Hassan, que está em Khan Yunis com a esposa e as duas filhas, de 3 e 6 anos, todas brasileiras. Hassan foi para Gaza visitar a família dias antes de começar a guerra no Oriente Médio.
“Mais de um mês nesse conflito. Infelizmente, além das bombas, explosões e mortes, tem outra guerra: a da fome, da água, do gás, do combustível, dos remédios que você não encontra. Você entra no supermercado e não encontra nada. Não tem gás para fazer comida”, desabafou o palestino naturalizado brasileiro.
Twitter/FAB
Brasileiros seguem retidos na Faixa de Gaza, mesmo após reabertura da passagem de Rafah
O Brasil mantém um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) há mais de 15 dias em uma região do Egito próxima à fronteira próxima à fronteira com Gaza.
Segundo o blog da jornalista Daniela Lima no portal G1, em matéria publicada nesta terça-feira (07/11), o Itamaraty teria manifestado aos diplomatas israelenses que, se algo acontecer aos brasileiros que estão na zona de conflito, as relações diplomáticas entre os dois países se tornarão “insustentáveis”.
Até o momento, mais de 3.400 estrangeiros foram autorizados a deixar o enclave palestino, sendo 36% portadores de passaporte dos Estados Unidos. Como os critérios para liberação dos estrangeiros não são divulgados, à Agência Brasil alguns especialistas indicam suposta manipulação dessas autorizações de acordo com o apoio dado pelos países a Israel. No entanto, em comunicado divulgado ontem, a Embaixada de Israel no Brasil negou qualquer intenção de atrasar a saída dos brasileiros.
Dos 34 brasileiros que continuam aguardando a vez de deixar Gaza, 16 estão na cidade de Khan Yunis e 18 em Rafah, ambas no sul do território, próximas da fronteira com o Egito. Entre os brasileiros estão 18 crianças, 10 mulheres e 6 homens.
(*) Com Agência Brasil