Em uma chamada conjunta, 70 embaixadores da Organização das Nações Unidas (ONU) exigiram da comunidade internacional uma ação efetiva para acabar com o “derramamento de sangue e o sofrimento de Gaza” nesta sexta-feira (10/11).
Os diplomatas lamentaram a morte de mais de 11 mil palestinos em apenas um mês de conflito, ressaltando que crianças, mulheres e idosos representam 75% das vítimas fatais: “O número de crianças palestinas mortas em Gaza em apenas três semanas ultrapassou o número anual de crianças mortas nas zonas de conflito do mundo desde 2019”, afirmaram na reunião.
A chamada realizada por 70 embaixadores no Escritório da ONU em Genebra, dos quais 41 compareceram pessoalmente, denunciou as operações militares comandadas por Tel Aviv. Os representantes não deixaram de citar, também, as grandes perdas materiais, como casas e serviços públicos essenciais, além da escassez de recursos básicos para a população no enclave. Um dos pontos mencionados foi o colapso dos hospitais resultado do corte de combustível e eletricidade:
“Os médicos estão realizando cirurgias sem anestesia; as mães observam os seus bebês lutando para sobreviver em incubadoras sem eletricidade; o único hospital oncológico em Gaza fechou enquanto os outros estavam sendo bombardeados”, disseram, acrescentando que mais de 50 famílias inteiras foram dizimadas pelos ataques.
Twitter/State of Palestine – MFA
Ataques diários de Israel destroem instalações e residências na Faixa de Gaza
O encontro também lembrou dos 101 funcionários que foram mortos enquanto realizavam os trabalhos humanitários na região, desde 7 de outubro, quando começou a guerra de Israel contra o povo palestino.
ONU volta a pedir cessar-fogo
Os embaixadores da ONU exigiram, mais uma vez, o cessar-fogo imediato e exigiram à comunidade internacional a “exercer a máxima pressão” para garantir assistência humanitária de emergência, assim como a restauração dos serviços básicos. Criticaram as medidas de deslocamento forçado impostas por Israel a palestinos sobre a Faixa de Gaza e cobraram às autoridades de Tel Aviv a erradicação “das causas profundas da crise atual e dos ciclos recorrentes de violência”:
“A comunidade internacional deve agir agora no cumprimento das suas obrigações solenes de acordo com o direito internacional. Quanto mais cedo a comunidade agir através das inúmeras ferramentas que tem à disposição, mais rápido será o fim do derramamento de sangue. Vidas e sofrimento humano serão poupados e a paz e a coexistência prevalecerão”, concluiu a declaração.
(*) Com UN News