Terça-feira, 10 de junho de 2025
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O Centro Internacional de Justiça para os Palestinos (ICJP, por sua sigla em inglês), entidade com sede no Reino Unido e que defende os interesses da comunidade palestina na Europa, anunciou nesta segunda-feira (16/10) que irá processar qualquer político britânico que considere estar atuando em “cumplicidade com os crimes de guerra cometidos em Gaza”.

O comunicado da organização incluiu a revelação do primeiro processo já protocolado, contra o primeiro-ministro do Reino Unido, o conservador Rishi Sunak, cuja postura nos últimos dias tem sido de total apoio a Israel. O político e seu Partido Conservador vêm justificando todas as medidas tomadas pelo governo de Benjamin Netanyahu.

Porém, chamou a atenção o fato de que a nota divulgada pelo ICJP dá maior destaque à posição adotada pelo Partido Trabalhista, considerado como a principal legenda da esquerda britânica.

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O texto chega a citar o líder trabalhista Keir Starmer, além de Emily Thornberry e David Lammy, duas das suas principais figuras na atualidade, afirmando que o trio foi notificado sobre a intenção do ICJP de processar “qualquer político do Reino Unido pode ser individualmente responsável pelo seu papel na cumplicidade com os crimes de guerra israelenses”.

A medida surtiu efeito, já que fez com que Starmer retificasse uma declaração dada dias atrás, na qual apoiou a decisão de Tel Aviv de bloquear o envio de água, eletricidade, alimentos e outros suprimentos básicos aos palestinos residentes na Faixa de Gaza.

Segundo o Centro Internacional de Justiça para os Palestinos, líderes do Partido Trabalhista do Reino Unido assumiram discurso pró Israel e passaram a justificar agressões cometidas por Tel Aviv

Partido Trabalhista do Reino Unido

Líderes do Partido Trabalhista britânico retificaram suas declarações após serem acusados de justificar crimes cometidos por Israel

O político trabalhista tentou explicar que não se tratou de uma nova versão, mas acrescentou que apoia Israel, em caso de “medidas que estejam em conformidade com o direito internacional” – adendo que não havia sido mencionado na mensagem original.

“Reiteramos o nosso apelo para que o Hamas liberte imediatamente todos os reféns e para a proteção de vidas civis inocentes em Israel e em Gaza”, acrescentou Starmer.

Entretanto, o ICJP reclamou que a revisão da mensagem por parte do líder trabalhista “evitou condenar a perpetração de crimes de guerra por Israel e não mencionou a questão da proporcionalidade (do uso da força)”.

O secretário do Partido Trabalhista para Assuntos Exteriores, David Lammy, chanceler do “gabinete nas sombras” da oposição britânica, emitiu uma mensagem mais abrangente sobre o tema, neste domingo (15/10), embora com um discurso alinhado ao do governo conservador do Reino Unido.

“Israel tem o direito de se defender e nós apoiamos isso. Nossa proposta busca distinguir os terroristas do Hamas dos civis palestinos que sofrem terrivelmente com esta guerra. O direito internacional exige a proteção dos civis e o acesso a alimentos, água e eletricidade. Precisamos de corredores humanitários em Gaza”, afirmou Lammy.