A Faixa de Gaza se tornou “um cemitério para milhares de crianças”, disse a Organização das Nações Unidas (ONU) nesta terça-feira (31/10), que afirmou ainda temer que muitas outras estejam morrendo de desidratação. Mais de 3.450 crianças palestinas perderam a vida desde 7 de outubro.
“Nossos piores temores de que o número de crianças mortas se transformasse em dezenas, depois em centenas e, finalmente, em milhares, se concretizaram no espaço de duas semanas”, disse James Elder, porta-voz da Unicef, em um comunicado.
“Os números são terríveis: acredita-se que mais de 3.450 crianças tenham sido mortas, e é impressionante ver que esse número está aumentando a cada dia”, enfatizou. “Gaza se tornou um cemitério para milhares de crianças”.
Mais de um milhão de menores que vivem na Faixa de Gaza também estão sofrendo com a falta de água potável, acrescentou.
Desidratação
“A capacidade de produção de água de Gaza é de apenas 5% de sua produção diária normal. A morte de crianças – especialmente bebês – devido à desidratação é uma ameaça crescente”, alertou Elder.
Paulo Pinto/Agência Brasil
Unicef está pedindo um cessar-fogo humanitário imediato
A Unicef está pedindo um cessar-fogo humanitário imediato, com todas as passagens para Gaza abertas para permitir o acesso seguro à ajuda humanitária.
“Se não houver cessar-fogo, nem água, nem medicamentos e nem a libertação das crianças sequestradas, estaremos caminhando para horrores ainda maiores para essas crianças inocentes”, disse o porta-voz da Unicef.
“É insuportável pensar nessas crianças enterradas sob os escombros, com poucas chances de serem retiradas”, disse Jens Laerke, porta-voz da agência humanitária das Nações Unidas.
Mas os habitantes de Gaza não estão morrendo apenas como resultado do bombardeio direto, de acordo com a Organização Mundial da Saúde.
“Desastre iminente de saúde pública”
“Temos 130 crianças prematuras que dependem de incubadoras, sendo que cerca de 61% delas estão no norte”, disse o porta-voz da OMS, Christian Lindmeier. “Esse é um desastre iminente para a saúde pública”.
Israel tem bombardeado fortemente a Faixa de Gaza desde que foi atacado em 7 de outubro pelo movimento islâmico palestino Hamas. A incursão do grupo matou 1.400 pessoas, a maioria civis. Ao menos 240 foram feitas reféns, de acordo com autoridades israelenses.
O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, administrada pelo Hamas, disse que os ataques mataram até agora mais de 8.500 pessoas, sobretudo civis.