A Federação Nacional das Trabalhadoras e dos Trabalhadores do Judiciário Federal e Ministério Público da União (Fenajufe) manifestou nesta quarta-feira (21/02) apoio e solidariedade ao presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva.
Em nota, a federação disse que as declarações do mandatário “desnudam” a questão que a ofensiva militar israelense em Gaza não é uma guerra, mas um “massacre” do povo palestino. Nesse sentido, para a Fenajufe, as ações seguem um “processo de limpeza étnica que Israel move impune por mais de 75 anos”.
“O regime sionista escalou a nível tão brutal de racismo e desumanização contra o povo palestino, que assumiu similaridade com o regime nazista que causou o holocausto de judeus no século XX”, afirmou a federação
A posição ocorre após Lula ser alvo de uma série de críticas de apoiadores do governo de Israel por sua declaração dada no último domingo (18/02), em Adis Abeba. Na ocasião, o mandatário comparou as violações aos direitos humanos cometidas por Israel na Faixa de Gaza ao Holocausto contra o povo judeu promovido pela Alemanha nazista.
O texto aponta ainda que as “manipulações” da grande mídia, extrema direita e do sionismo tentam confundir a posição humanista de crítica ao regime israelense com o crime de antissemitismo.
“Saudamos o posicionamento do Brasil de busca pela negociação de uma paz justa, de endosso à ação da África do Sul na Corte Internacional de Justiça contra o genocídio e de ingresso de ação própria, além das justas declarações de Lula e retirada do embaixador brasileiro de Tel Aviv”, declarou a Fenajufe.
Ricardo Stuckert/PR
Lula e o embaixador palestino no Brasil, Ibrahim Alzeben, plantam muda de oliveira no jardim da sede diplomática da Palestina, em Brasília
Leia na íntegra a nota completa de apoio da Fenajufe:
A Federação Nacional das Trabalhadoras e dos Trabalhadores do Judiciário Federal e Ministério Público da União – Fenajufe – manifesta apoio às declarações do presidente Lula de denúncia da desumanização do povo palestino e do genocídio em curso na Faixa de Gaza e ao ingresso pelo Brasil de ação na Corte Internacional de Justiça contra a ocupação ilegal do território palestino e pelo seu direito à autodeterminação.
A nova incursão militar israelense em Gaza já assassinou mais de 30 mil pessoas e feriu mais de 100 mil, na grande maioria crianças e mulheres, e expulsou sob bombardeio mais de 1,4 milhão de palestinos, causando extensiva destruição da infraestrutura civil, incluindo casas, hospitais, escolas, redes de água, igrejas e mesquitas.
As declarações do chefe de Estado brasileiro desnudam a questão: não se trata de guerra, mas massacre da população, seguindo processo de limpeza étnica que Israel move impune por mais de 75 anos! O regime sionista escalou a nível tão brutal de racismo e desumanização contra o povo palestino, que assumiu similaridade com o regime nazista que causou o holocausto de judeus no século XX.
Repudiamos a manipulação da “grande” mídia, da extrema direita e do sionismo, que tenta confundir a posição humanista de crítica ao regime israelense com o crime de antissemitismo. Repudiamos também as perseguições, ameaças e censura contra jornalistas e ativistas, incluindo judeus, e a menção patética de impeachment do presidente da República, por críticas àquele regime.
Saudamos o posicionamento do Brasil de busca pela negociação de uma paz justa, de endosso à ação da África do Sul na Corte Internacional de Justiça contra o genocídio e de ingresso de ação própria, além das justas declarações de Lula e retirada do embaixador brasileiro de Tel Aviv. Defendemos que o governo esgote todas as medidas – incluindo romper relações diplomáticas e acordos sobretudo de cooperação militar com Israel –, para reforçar uma posição internacional capaz de deter o genocídio, reconhecer os direitos do povo palestino e punir crimes contra a Humanidade!
A Fenajufe reitera a deliberação da sua XXIII Plenária Nacional, em Belém-PA, de solidariedade com o povo palestino e sua resistência contra a ocupação, colonização e extermínio de seu povo; de se somar aos povos de todo o mundo, de todas as crenças, na exigência de um cessar fogo já e de ajuda humanitária, de fim do genocídio, paz justa e reconhecimento à autodeterminação e soberania do povo palestino!
Diretoria Executiva
Brasília-DF, 21 de fevereiro de 2024