Mais de 800 funcionários públicos, entre norte-americanos e europeus, assinaram nesta sexta-feira (02/02) a “Declaração Transatlântica”, uma carta conjunta que denuncia seus governos pela continuidade das operações militares israelenses em território palestino, classificando a guerra como “uma das piores catástrofes humanas deste século”.
“É nosso dever falar abertamente quando as políticas dos nossos governos estão erradas” é como o documento coordenado por diversos grupos de servidores da União Europeia, Holanda e Estados Unidos foi intitulado. A declaração foi endossada por pelo menos dez países do Ocidente, incluindo Bélgica, Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Itália, Espanha, Suécia, Suíça e Reino Unido.
A carta é composta por denúncias às políticas que configuram “graves violações do direito internacional” e enfraquecem a “posição moral” de suas respectivas nações no mundo, que inclusive correm o risco de se tornarem cúmplices de “uma das piores catástrofes humanas deste século”.
“Israel não demonstrou limites nas suas operações militares em Gaza, o que resultou em dezenas de milhares de mortes civis evitáveis, e o bloqueio deliberado de ajuda por parte de Israel levou a uma catástrofe humanitária, colocando milhares em risco de fome e morte lenta”, afirma a declaração.
Twitter/Times of Gaza
Os funcionários ainda mencionam os termos “genocídio” e “limpeza étnica” para se referir às ações israelenses no enclave palestino, ao dizer que seus governos forneceram a Tel Aviv “apoio público, diplomático e militar” e expor que fracassaram por “não conseguir apelar a um cessar-fogo imediato e ao fim de bloqueios” de recursos básicos como alimentos, água e remédios à Faixa de Gaza.
Em tópicos, o documento pressiona os governos a suspenderem todo tipo de apoio militar aos israelenses “para garantir um cessar-fogo duradouro”, além da elaboração de uma “estratégia para uma paz duradoura que inclua um Estado palestino seguro”.
Em um dos trechos, destaca-se o repúdio da comunidade internacional em relação à postura dos governos, que vêm justificando os ataques israelenses sob a prerrogativa de que “existe uma razão estratégica e defensável por trás” deles.
Além disso, a recente ordem da Corte Internacional de Justiça (CIJ), em Haia — a qual aceitou a denúncia sul-africana que acusa Israel por genocídio —, também é citada como argumento para exigir que o Estado seja “responsabilizado” por suas respectivas condutas na guerra, as quais ferem “questões humanitárias e internacionais”.
Leia aqui a íntegra da carta emitida por funcionários públicos.