A presidente do Partido dos Trabalhadores, deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), reagiu ao encontro entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e o embaixador de Israel marcado na quarta-feira (08/11). Gleisi afirmou que Daniel Zonshine, “intrometeu-se indevidamente na política interna de nosso país” ao se encontrar com o “inelegível Jair Bolsonaro” em ato público, no Congresso Nacional.
O pronunciamento foi feito pela plataforma X (antigo Twitter) nesta quinta-feira (09/11), espaço onde a presidente do PT manifestou repúdio à interferência do diplomata israelense e do ex-presidente, ao pontuar que “Brasil não admite” quaisquer questionamentos à soberania.
1)Mais uma vez o embaixador de Israel no Brasil intrometeu-se indevidamente na política interna de nosso país, num ato público com o inelegível Jair Bolsonaro, realizado em pleno Congresso Nacional.
2)É totalmente condenável a manipulação que fazem de um conflito em que a…
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) November 9, 2023
Jair Bolsonaro, Daniel Zonshine e vários parlamentares da extrema direita se reuniram na Câmara dos Deputados. O encontro foi marcado para a exibição de um vídeo que retratava “as atrocidades do Hamas” do dia 7 de outubro, quando o grupo palestino lançou uma ofensiva contra o território israelense. De acordo com os parlamentares presentes, a reunião teve como objetivo elucidar aspectos da guerra entre Israel e Palestina.
Flickr/Gleisi Hoffmann
Gleisi Hoffmann condena embaixador de Israel: "intrometeu-se indevidamente na política interna do país"
“É totalmente condenável a manipulação que fazem de um conflito em que a atuação da diplomacia do Brasil, orientada pelo presidente Lula, atuou desde o início pela construção de uma solução pacífica”, afirmou a presidente do PT, destacando o trabalho do governo Lula em conjunto com a Organização das Nações Unidas (ONU) e com os demais países envolvidos na guerra, incluindo o próprio Israel.
Gleisi classificou a relação entre Bolsonaro e Zonshine de “aliança espúria” e “repugnante” uma vez que envolve questões cruciais como a segurança e a vida dos cidadãos brasileiros que seguem retidos na Faixa de Gaza.
“O Brasil não admite que questionem nossa soberania. Esta é a lição que o embaixador de Israel não entendeu”, disse a deputada, acrescentando que o “tempo da subserviência acabou junto com o mandato de Jair Bolsonaro” que se alinhou à bandeira norte-americana e “fez do Brasil um pária entre as nações”.
O encontro entre o ex-presidente, embaixador israelense e parlamentares da extrema direita foi marcado no mesmo dia em que o gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que o Instituto de Inteligência e Operações Especiais do país, o Mossad, colaborou com a Polícia Federal (PF) brasileira durante uma operação com o objetivo de prender pessoas ligadas ao Hezbollah.
De acordo com a operação, tais pessoas estariam envolvidas em um suposto planejamento para cometer um atentado no Brasil, com a ajuda de brasileiros. A ação da PF ocorreu em um contexto no qual israelenses e membros do grupo islâmico estão em conflito, com o Hezbollah aliando-se ao Hamas.