O governo do Canadá confirmou nesta quinta-feira (21/03) que interromperá todos os envios de armas para Israel, segundo o gabinete da ministra das Relações Exteriores, Melanie Joy.
Segundo o comunicado, desde 8 de janeiro, o governo não “aprovou novas licenças de exportação de armas para Israel e isso continuará até que sejamos capazes de garantir o cumprimento total do nosso regime de exportação”.
“Não existem licenças abertas para a exportação de bens letais para Israel”, acrescenta a nota.
No entanto, o governo canadense especifica que as licenças aprovadas antes de 08 de janeiro “permanecerão em vigor”, porque o seu cancelamento arriscaria “grandes implicações tanto para o Canadá como para os seus aliados”.
Na quarta-feira (20/03), Joy já havia dito que o governo de seu país implementaria uma resolução não vinculativa aprovada pela Câmara dos Comuns pedindo o fim de “mais autorizações e transferências de armas” para Israel.
Amizade longeva
O Canadá já investiu milhões de dólares em serviços de segurança em Israel nos últimos 15 anos.
No final da década de 2000, no auge do envolvimento do Canadá na reforma do setor de segurança israelense, as forças de segurança receberam “a maior parte” de um pacote de ajuda canadense de 300 milhões de dólares por cinco anos, que começou no final de 2007.
O governo de Justin Trudeau já ofereceu armamentos a Israel no valor de 26 milhões de dólares por ano. Apesar das preocupações bem conhecidas a respeito o armamento externo que Israel recebe, tanto o premiê como Joy acolheram a nova gestão de Israel quando eleito, com o primeiro-ministro do Canadá saudando “a amizade” dos países.
O partido progressista social-democrata Novo Partido Democrático (NPD) propôs um acordo em 2022 para manter Trudeau no poder até 2025 em troca de uma implementação de um plano de 13 pontos para a paz na Palestina.
O plano proposto na época incluía medidas importantes, como a suspensão das exportações de armas para Israel e o fim de todo o comércio e cooperação com colonatos ilegais na Cisjordânia.
(*) Com ANSA.