O Hamas anunciou uma contraproposta para um possível acordo de cessar-fogo que consiste, em sua primeira fase, na libertação de 20 reféns israelenses, entre mulheres e homens com mais de 50 anos. Trata-se de um número reduzido em mais da metade em comparação às propostas apresentadas anteriormente. As informações são do jornal The Times of Israel, divulgadas na segunda-feira (15/04), após o grupo palestino ter rejeitado o último texto israelense mediado pelos Estados Unidos, no sábado (13/04).
A nova proposta seria implementada em três fases divididas por seis semanas cada. Segundo o veículo, o Hamas sugere que as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) sejam obrigadas a cessar todos os ataques em Gaza e se retirar das áreas urbanas pelas primeiras seis semanas, permitindo que os palestinos deslocados retornem ao norte. Somente após o final dessas seis primeiras semanas, os cerca de 20 reféns israelenses seriam libertados.
Em seguida, o grupo estipula que 30 prisioneiros palestinos sejam libertados para cada civil israelense, incluindo a libertação de reféns condicionados à prisão perpétua para cada soldado cativo.
A contraproposta palestina também é anunciada em meio às tensões entre Tel Aviv e Teerã, na escalada de conflitos após o exército de Israel ter atacado a embaixada iraniana em Damasco, capital da Síria, resultando na morte de mais de dez pessoas.
Algumas autoridades, como o ministro das Relações Exteriores da Jordânia, Ayman Safadi, acreditam que o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu tenta “roubar” a atenção de Gaza e dos avanços nas negociações de cessar-fogo, escalando seu confronto com o Irã.
“Somos contra a escalada. Netanyahu quer desviar a atenção de Gaza e se concentrar em seu confronto com o Irã”, afirmou Safadi, nesta terça-feira (16/04) durante uma conferência de imprensa em Berlim.
Catar e Egito, junto com os Estados Unidos, seguem mediando um acordo entre o Hamas e Israel para a troca de prisioneiros e um cessar-fogo permanente no enclave palestino. Segundo as autoridades de Israel, ainda há cerca de 134 israelenses que seguem mantidos reféns em Gaza, enquanto o Hamas afirma que 70 deles foram assassinados pelas forças de Tel Aviv.
(*) Com Sputnik News