A delegação do grupo palestino Hamas que estava no Egito para negociar um cessar-fogo em Gaza deixou a mesa de conversa nesta quinta-feira (07/03), alegando que Israel “frustrou” as tentativas de negociações.
O dirigente do movimento, Basem Naim, afirmou a Opera Mundi que “há muitas lacunas a serem preenchidas” e que “ainda não há datas previstas para um acordo ou novas reuniões”.
Ele afirmou também que “independente de quem estiver na mesa de negociações as exigências por independência, dignidade e liberdade permanecerão”.
Segundo o jornal Al Jazeera, um dos representantes do grupo, Sami Abu Zuhri, declarou que Israel “bloqueou” todas as tentativas dos mediadores de chegar a um acordo antes do Ramadã, feriado sagrado para o calendário islâmico, marcado para o próximo domingo (10/03).
Abu Zuhri afirmou ainda à agência de notícias Reuters que as conversas não avançaram porque Israel, durante os quatro dias de negociações, “rejeitou as exigências do grupo” sobre o fim da ofensiva, a retirada de seu exército, a garantia de livre acesso para ajuda humanitária e o regresso dos palestinos deslocados pelo conflito.
Apesar da decisão, o grupo afirmou em comunicado oficial que as negociações para um cessar-fogo no conflito que já deixou mais de 30 mil palestinos mortos na Faixa de Gaza “continuam para parar a agressão, devolver os deslocados internos e trazer ajuda humanitária para nosso povo”.
Israel não comentou a decisão do Hamas, em extensão de sua decisão do não-envio de uma delegação para a capital egípcia Cairo, onde as conversas acontecem.