O chefe do Hamas, Ismail Haniyeh, afirmou nesta quarta-feira (28/02) que o grupo islâmico “demonstra flexibilidade” nas negociações para um acordo de cessar-fogo temporário, mas alertou que segue pronto para continuar lutando.
A versão é diferente da informação divulgada pela Rádio Militar de Israel, que apontou que o Hamas responderia negativamente a um provável acordo apresentado por Israel.
Já fontes diplomáticas egípcias, citadas pela rede Al-Quds, indicaram que há um “acordo preliminar” que possivelmente poderá ser fechado em uma reunião no próximo domingo (03/02) no Cairo.
O jornal catariano 'Al-Arabi Al-Jadid' afirmou que existe um entendimento geral sobre a pausa temporária dos combates e a troca de reféns, mas “os detalhes ainda são um obstáculo”.
“A diferença ainda é grande. Temos que discutir muitos pontos com os mediadores”, disse Basem Naim, chefe de relações políticas e internacionais do Hamas, à Al Jazeera de Istambul nesta quarta-feira.
Naim já havia dito ao jornal árabe Al Jazeera na noite de terça-feira (27/02) que o Hamas ainda não havia recebido uma proposta oficial de trégua, mas que os mediadores estavam trabalhando com o lado israelense para consolidar uma.
Embora o Hamas estivesse disposto a ser flexível em alguns aspectos de um potencial acordo, não o faria à custa dos seus “principais objetivos estratégicos”, disse Naim segundo a mídia Catariana.
As exigências do grupo palestino incluem: um cessar-fogo final e total, e não apenas uma pausa humanitária; a retirada total das forças israelenses de Gaza; e liberdade de movimento dos palestinos em Gaza.
O Hamas afirma ainda que está disposto a ser flexível no momento e na sequência das suas exigências, desde que o cessar-fogo total comece no primeiro dia da aprovação de qualquer acordo.
Para o ministro das Relações Exteriores da Palestina Riad al-Maliki, o movimento islâmico Hamas compreendeu a necessidade de estabelecer um “governo tecnocrata” responsável por todos os territórios palestinos.
“Penso que o Hamas apoia a criação de um governo tecnocrata”, declarou al-Maliki, durante conferência com jornalistas em Genebra, à margem do Conselho de Direitos Humanos.
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Ministério da Saúde de Gaza informou que quase 30 mil pessoas foram mortas no enclave desde o início da guerra
Últimos desenvolvimentos do conflito
As Brigadas Al-Qassam, o braço armado do Hamas, assumiram a responsabilidade pelo lançamento de foguetes do sul do Líbano, contra o quartel-general do Comando Oriental Israelense 769, “Camp Gibor”, e o quartel do aeroporto de Beit Hilel, no norte de Israel. Estas infraestruturas militares estão localizadas em torno de Kiryat Shmona.
Investidas do Hamas contra posições israelenses a partir do Líbano não acontecia desde novembro passado.
Estes ataques com foguetes Grad foram lançados em resposta aos massacres em Gaza e ao assassinato de Saleh el-Arouri, um membro sênior do grupo, em janeiro, nos subúrbios ao sul de Beirute.
O Ministério da Saúde de Gaza anunciou que 29.954 pessoas morreram na Faixa de Gaza desde o início da guerra.
A entidade também relatou, em comunicado de imprensa, 76 mortes nas últimas 24 horas e um total de 70.325 feridos desde 07 de outubro e deslocou a maior parte da população da Faixa de Gaza. Cerca de 1,5 milhões estão abrigados na cidade de Rafah, na fronteira com o Egito, enquanto Israel ameaça uma invasão terrestre no local.