O grupo iemenita Houthi declarou nesta terça-feira (06/01) ter conduzido duas operações militares no Mar Vermelho e reivindicou um ataque contra navios dos Estados Unidos e do Reino Unido.
Segundo os combatentes apoiados pelo Irã e citados pela emissora de propriedade do grupo Al Masirah, o episódio foi uma ofensiva contra o “navio norte-americano Star Nasia e o navio britânico Morning Tide”, um dia após os Estados Unidos realizarem um novo ataque contra os houthis no Iêmen, tendo como alvo dois drones marinhos carregados de explosivos.
Os bombardeios de segunda-feira (05/02) foram lançados contra a cidade portuária de Al Hodeida, na costa do Mar Vermelho. Ainda segundo a rede Al Masira, os bombardeios tiveram como alvo a zona de Al Katheeb.
O Comando Militar dos EUA no Oriente Médio disse que as forças norte-americanas “identificaram” esses drones em “áreas do Iêmen controladas pelos houthis” e consideraram que eles representavam “uma ameaça iminente aos navios militares e mercantes dos EUA”, declarando que a ação foi de “autodefesa”.
As forças norte-americanas também realizaram ataques aéreos contra cinco mísseis no Iêmen no domingo (04/02), alertando o Irã e grupos que compõem o eixo de resistência financiados pelo país persa que conduzirão mais ataques se soldados dos Estados Unidos no Oriente Médio continuarem a serem alvos.
“Estamos preparados para lidar com qualquer coisa, grupo ou país que tente nos atacar”, disse Jake Sullivan, conselheiro de Segurança Nacional do presidente Joe Biden.
U.S. Marine Corps / Sgt. Alexis Flores
Houthis afirmaram que ataques foram contra 'navio norte-americano Star Nasia e o britânico Morning Tide'
Operação europeia
Em uma entrevista publicada na segunda-feira no jornal italiano La Repubblica, Mohammad Ali al-Houthi, chefe do Supremo Comitê Revolucionário Houthi, alertou a Itália, afirmando que o país também se tornará um alvo caso se envolva em ataques contra o grupo rebelde.
A declaração foi dada em referência ao fato de que o país cederá o “Force Commander” (Comandante da Força) para a operação Áspide da União Europeia, que terá o objetivo de garantir a segurança da navegação no Mar Vermelho ante as tensões com os iemenitas.
“A Itália se tornará um alvo se tomar parte na agressão contra o Iêmen. Seu envolvimento será considerado uma escalada e militarização da área, e não será eficaz. A passagem de navios italianos e de outros locais durante as operações em apoio a Gaza são prova de que temos um alvo claro”, afirmou.
O grupo que constitui a principal força militar e institucional do conflagrado país árabe nos últimos 10 anos, e que controla a capital Sana'a, entrou no conflito ao lado do Hamas, atacando navios que se dirigem para Israel.
Na entrevista, o iemenita disse que o grupo mira apenas embarcações relacionadas com Israel e disse que a tomada de posição no conflito é baseada em “fé e humanidade”. Sobre a classificação pelos Estados Unidos como grupo terrorista, ele falou em “honra”: “A classificação é política e incorreta, não tem justificativa e não nos afeta”.
Al-Houthi declarou: “aconselhamos os europeus a pressionar mais as pessoas responsáveis pelos horrores em Gaza. Nossas operações são dirigidas a parar a agressão, objetivo legítimo a ser perseguido”.
(*) Com Ansa.
(*) Com Telesur.