Após o ataque israelense ao comboio de ambulâncias em frente ao Hospital al-Shifa, na cidade de Gaza, que deixou pelo menos 13 mortos e muitos feridos, segundo o diretor da unidade, Mohammad Abu Salmiya, o secretário-Geral das Nações Unidas (ONU) mais uma vez afirmou estar “horrorizado” com a situação:
“Estou horrorizado com o ataque em Gaza a um comboio de ambulâncias em frente ao hospital Al Shifa. As imagens de corpos espalhados na rua em frente ao hospital são angustiantes”, disse António Guterres.
Em comunicado nesta sexta-feira (03/11), o chefe da ONU mais uma vez exigiu a libertação imediata e incondicional dos detidos em Gaza pelo Hamas, ao mesmo tempo em que insistiu por um cessar-fogo humanitário a Israel e na cessação da violência contra a população no enclave.
Desde o início da guerra, em 7 de outubro, milhares de civis em Gaza, incluindo crianças e mulheres, foram sitiados, tiveram a ajuda negada, foram mortos e bombardeados até dentro de suas casas.
Diante desse cenário, o diplomata lamentou as condições da população sem acesso a recursos básicos para a vida, como comida, água, medicamentos, combustível para abastecer hospitais e estações de tratamento de água:
“Vemos um aumento de doenças e problemas respiratórios, principalmente entre as crianças. Toda uma população está traumatizada. Nenhum lugar é seguro”, enfatizou o chefe da ONU, acrescentando também a necessidade de permitir que os fornecimentos e serviços essenciais, além do acesso humanitário sem entraves, entrem e passem pela Faixa de Gaza com segurança, em “escala proporcional à situação dramática”.
Twitter/PRCS
Ataque israelense em frente ao Hospital al-Shifa tem como alvo comboio médico em Gaza
“Todos os que têm influência devem exercê-la para garantir o respeito pelas regras da guerra, acabar com o sofrimento e evitar uma propagação do conflito que possa abranger toda a região”, concluiu Guterres.
Na sexta-feira (03/11) as autoridades israelenses admitiram a autoria do ataque aéreo perto da entrada do Hospital Al Shifa, tendo como alvo uma ambulância que supostamente estava sendo usada por uma célula do Hamas. O bombardeio coincidiu com a saída de um comboio de ambulâncias do centro médico que transportava os feridos para a fronteira entre Gaza e o Egito para receber tratamento.
O ataque acontece três dias depois que o campo de refugiados de Jabalia também foi bombardeado, deixando pelo menos 195 mortos, segundo as autoridades do Hamas, e causando comoção à comunidade internacional. A conduta israelense na guerra tem revoltado governos que, por consequência, acabaram cortando os laços diplomáticos com Israel nos últimos dias, como é o caso de Bahrein e Bolívia.
Neste sábado (04/11), o número de mortos em Gaza já ultrapassa 9.488 de acordo com o Ministério da Saúde local, enquanto as autoridades israelenses relatam mais de 1.400 mortes sob os ataques do Hamas.