Enquanto algumas nações ocidentais suspenderam o financiamento à Agência da ONU de Assistência aos Refugiados Palestinos (Acnur), a Irlanda e a Noruega manifestaram apoio contínuo ao órgão internacional, neste sábado (27/01), reforçando que o trabalho tem sido “crucial” na ajuda humanitária de palestinos em situação de deslocamento e que dependem da assistência em Gaza.
O ministro dos Negócios Estrangeiros irlandês, Micheal Martin, manifestou apoio à decisão tomada pelo comissário-geral da agência, Phelippe Lazzarini, na abertura de uma investigação sobre funcionários do próprio órgão que estariam supostamente envolvidos na primeira ofensiva do Hamas, em 7 de outubro.
No entanto, ao mencionar os mais de 13 mil funcionários do Acnur que diariamente prestam assistência a 2.3 milhões de palestinos, desde o início da guerra, o ministro deixou claro que sua nação “não tem planos de suspender o financiamento” para o que destacou como “trabalho vital” na Faixa de Gaza.
Full confidence in @UNLazzarini's decision to immediately suspend @UNRWA staff suspected of participation in the heinous attacks of October 7, to investigate thoroughly and show zero tolerance on terror.
?? has no plans to suspend funding for UNRWA’s vital Gaza work. (1/2)
— Micheál Martin (@MichealMartinTD) January 27, 2024
Na mesma linha, o ministro das Relações Exteriores norueguês, Espen Barth Eide, declarou que a “situação em Gaza é catastrófica e o Acnur é a organização humanitária mais importante”, ressaltando que continuará enviando recursos ao órgão para que possibilite a ajuda ao povo palestino.
Twitter/UNRWA
Irlanda e Noruega apoiam financiamento à agência da ONU em prol de palestinos
Israel elogia países que suspenderam financiamento
O ministro dos Negócios Estrangeiros israelense, Israel Katz, celebrou a postura de vários países ocidentais que decidiram por cortar os financiamentos destinados à agência da ONU para o auxílio de palestinos em situação de refúgio.
Enquanto mais de 85% da população está deslocada em Gaza devido às operações israelenses (o equivalente a 1.9 milhão de pessoas), Katz defendeu que a agência humanitária deve ser “substituída”.
“Os Estados Unidos, Canadá, Finlândia, Austrália, Itália e Reino Unido pararam de financiar o Acnur devido ao envolvimento de pessoas no massacre de 7 de Outubro. Apelo à adesão de mais nações”, afirmou o israelense, em publicação pela plataforma X:
The U.S., Canada, Finland, Australia, Italy, and the UK have stopped funding @UNRWA due to staff involvement in the October 7 massacre. I call for more nations to join in. @UNRWA's ties with Hamas, providing refuge for terrorists, and perpetuating its rule are undeniable. The…
— ישראל כ”ץ Israel Katz (@Israel_katz) January 27, 2024
Sem provas públicas, Katz ainda acusou que a agência humanitária e o Hamas têm “laços” e que tal relação “proporciona refúgio a terroristas e perpetua o seu domínio”. O ministro também defendeu que os líderes do Acnur, supostamente envolvidos com o episódio de 7 de outubro, devem ser demitidos e “exaustivamente investigados pelo conhecimento destas atividades”
O israelense acrescentou que “na reconstrução de Gaza, a Agência da ONU para Assistência de Refugiados Palestinos deve ser substituída por organizações dedicadas à paz e ao desenvolvimento genuínos”, reforçando o que havia declarado horas antes, quando revelou que a pretensão de Israel era parar completamente as operações do órgão no território palestino.