O ministro israelense Benny Gantz, membro do Gabinete de Guerra conformado por Tel Aviv para enfrentar o conflito com o Hamas, afirmou nesta quinta-feira (28/12) que o país vem enfrentando dificuldades na região da fronteira com o Líbano, devido a uma série de ataques realizados pelo grupo xiita Hezbollah nos últimos dias.
Em entrevista coletiva à imprensa local, o ministro qualificou o ataque perpetrado pelo Hezbollah nesta quarta-feira (27/12) como o maior que se teve registro desde outubro. A ação se insere em uma escalada de ataques similares iniciada pouco antes do natal.
Segundo Gantz, o Gabinete de Guerra chegou a realizar uma reunião de emergência nesta mesma quarta-feira para tratar do assunto, e decidiu que enviar tropas para a região e prepará-las para uma eventual operação para conter os ataques.
O ministro advertiu, porém, que o governo enviou um ultimato ao governo do Líbano, advertindo sobre o assunto. Gantz afirmou que Tel Aviv espera uma reação de Beirute para tomar novas decisões sobre o tema. “O tempo para encontrar uma solução diplomática está se esgotando”, acrescentou.
No entanto, o general Herzi Halevi, comandante das Forças Armadas de Israel, também se pronunciou sobre os problemas na fronteira com o Líbano nesta mesma quinta-feira, e apresentou uma versão menos otimista.
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Ataques do Hezbollah contra o norte de Israel têm se intensificado nos últimos dias
Segundo o líder militar, as forças israelenses estão “em total prontidão” para uma ação contra os ataques do Hezbollah, mas que essa possível operação pode ser prejudicial para os atuais objetivos do país, já que também poderia se tornar um confronto de longa duração.
“A primeira tarefa neste momento é restaurar a sensação de segurança dos moradores do norte do país, e isso irá levar tempo”, admitiu Halevi.
Hezbollah e Hamas
Desde o início da ofensiva israelense contra a Faixa de Gaza, em 7 de outubro passado, o Hezbollah tem se mostrado solidário com o grupo de resistência palestina Hamas e com a população do território que enfrenta os bombardeios lançados por Tel Aviv.
Em novembro, Sayyed Hassan Nasrallah, um dos líderes do grupo xiita, afirmou que o ataque realizado pelo Hamas em 7 de outubro foi uma ação “correta, sábia e corajosa, realizada no momento certo”, e que estabeleceu “uma nova fase histórica na batalha com Israel”.
Nasrallah não assegurou que o Hezbollah entraria no conflito para apoiar o Hamas, mas tampouco descartou essa possibilidade. “Todas as opções estão abertas”, comentou.