Em sua recente visita a oficiais do exército israelense na Faixa de Gaza, nesta quarta-feira (13/03), o ministro da Defesa, Yoav Gallant, deu indícios de que as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) estão cada vez mais perto de concretizar uma operação terrestre em Rafah, no sul do enclave palestino.
De acordo com o jornal The Jerusalem Post, a autoridade de Tel Aviv garantiu aos altos comandantes que “aqueles que pensam que estamos [Israel] atrasando [a invasão a Rafah], em breve verão que não há lugar onde não se possa alcançar”.
“Um trabalho extraordinário está sendo feito tanto em cima quanto embaixo, em solo. As forças chegam por todos os lugares e a conclusão é que não há lugar seguro em Gaza para terroristas”, declarou Gallant.
A imprensa israelense também revelou que o ministro decidiu tomar medidas drásticas contra aqueles que se envolveram na primeira ofensiva lançada pelo Hamas, em 7 de outubro, prometendo “matar ou julgar em Israel”.
“Vamos levar à justiça todos aqueles que estiveram envolvidos no 7 de outubro. Vamos eliminá-los ou levá-los ao julgamento em Israel. Não há lugar seguro, nem aqui, nem fora de Gaza, nem em todo o Oriente Médio”, disse o israelense.
Além da advertência, Gallant também avaliou como positivo os recentes envios de ajuda humanitária lançados ao território palestino, uma vez que, segundo ele, tal ação “enfraquece o Hamas e ao mesmo tempo fortalece o controle israelense” sobre Gaza.
Rafah é a cidade palestina que faz fronteira com o Egito e considerada o último refúgio para cerca de 1.5 milhão de pessoas que fugiram dos ataques israelenses, agravados desde 7 de outubro, quando Israel passou a intensificar suas operações em Gaza como uma resposta à ofensiva do Hamas.
As declarações dadas por Gallant seguem a linha do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que em diversas ocasiões enfatizou que “pedir a Israel para se abster de operar em Rafah equivale a exigir que perca a guerra contra os terroristas”.
A postura israelense tem sido condenada pela comunidade internacional e, inclusive, desagradado os Estados Unidos, principal nação aliada. Em entrevista ao canal MSNBC concedida no último sábado (09/03), o presidente norte-americano Joe Biden acusou Netanyahu de “prejudicar mais do que ajudar” Israel, orientando-o a “pensar duas vezes” antes de lançar a próxima fase da operação militar contra os palestinos em Rafah.
A autoridade de Tel Aviv rebateu Biden, ao afirmar que o líder da Casa Branca “está errado” e enfatizar que suas políticas para Gaza são apoiadas “pela maioria da população” de Israel.
“Não sei exatamente o que o presidente quis dizer. Mas se ele quis dizer que estou adotando políticas privadas contra os desejos da maioria dos israelenses, e que isso está ferindo os interesses de Israel, então ele está errado”, disse Netanyahu ao site Politico.
“Ou Israel ou Hamas. Não há meio termo. Quer dizer, temos que ter essa vitória […] Para nós, Israel, não apenas para mim, mas para o povo de Israel, essa é uma linha vermelha. Não podemos deixar o Hamas sobreviver”, concluiu o premiê.