O encontro desta terça-feira (09/01) entre o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, permitiu que a delegação das Nações Unidas (ONU) pudesse ingressar no norte da Faixa de Gaza, região foco de ataques do exército israelense, para avaliar a situação humanitária da área, incluindo a condição do patrimônio público destruído pelos bombardeios.
Segundo o portal israelense Wafa, o órgão internacional analisará as necessidades do terreno para que os palestinos deslocados pelas ações militares do Estado judeu possam retornar aos seus lares.
De acordo com o porta-voz do Departamento de Estado, Blinken pediu ao premiê para que evite “novos danos a civis”. No entanto, a autoridade norte-americana seguiu reafirmando a tese do “direito à autodefesa” que, ao longo dos mais de três meses desde a intensificação da guerra, tem sido utilizada por Israel para liberar sua ofensiva contra os palestinos. “O secretário reafirmou o apoio dos Estados Unidos ao direito de Israel de impedir que os ataques terroristas de 7 de outubro se repitam, e destacou a importância de evitar novos danos civis, além de proteger as infraestruturas civis em Gaza”, afirmou Matthew Miller após a reunião.
Twitter/Megatron
Israel cede à pressão de aliados e autoriza vistoria da ONU no norte de Gaza
Para Blinken, “a guerra em Gaza poderia terminar amanhã se o Hamas tomasse as decisões certas”, mas defendeu a criação de um Estado palestino para “uma paz duradoura”.
Por outro lado, os ministros da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, e da Defesa, Yoav Gallant, trataram da questão palestina em outro viés. Enquanto Ben Gvir afirmou que “não é hora de falar suavemente com o Hamas”, Gallant assegurou que as operações militares em Khan Younis, sul de Gaza, serão intensificadas “até que a liderança do Hamas seja detectada e os reféns israelenses retornem para casa em segurança”.
O aval dado pelo governo de Israel atende ao apelo feito pelo secretário norte-americano, segundo a emissora catari Al Jazeera, que tem pressionado Netanyahu para que os palestinos possam voltar ao norte de Gaza, em meio a “temores de que Israel esteja tentando manter os habitantes deslocados fora”.
Ainda de acordo com a Al Jazeera, a decisão tomada por Tel Aviv ajudaria a avançar nas negociações para um novo acordo com o grupo de resistência palestina Hamas, possibilitando portanto a troca de reféns israelenses e palestinos entre ambas as partes.