Após uma série de alertas feita pela Organização das Nações Unidas (ONU) com relação à escassez de combustível na Faixa de Gaza, o gabinete de guerra de Israel concordou em autorizar a entrada de dois caminhões de combustível por dia, nesta sexta-feira (17/11), no sul do enclave palestino.
A decisão, de acordo com uma autoridade israelense não identificada, atende a um pedido dos Estados Unidos.
A emissora catari Al Jazeera informou que a medida de Tel Aviv, divulgada em comunicado, tem como objetivo “apoiar minimamente os sistemas de água, esgoto e saneamento, a fim de evitar o surto de epidemias que poderiam se espalhar por toda a área, prejudicar tanto os residentes da Faixa como as nossas forças”.
A expectativa é de que os caminhões possam utilizar a passagem de Rafah, que é controlada pelo Egito, para transportar o recurso até o enclave palestino. Vale lembrar que todo carregamento é monitorado pelas autoridades israelenses, egípcias e palestinas.
Twitter/UNRWA
Gabinete de guerra de Israel autoriza entrada de dois caminhões de combustível por dia à Faixa de Gaza
Ministra dos Transportes de Israel reprova medida
De acordo com o jornal israelense Hareetz, a Ministra dos Transportes israelense, Miri Regev, pediu ao Conselheiro de Segurança Nacional, Tzachi Hanegbi, para “convocar imediatamente o gabinete de guerra” por causa da decisão sobre o combustível.
Segundo Regev, o gabinete “não tem autoridade para aprovar a introdução de combustível em Gaza.”
Atualmente, as autoridades de Tel Aviv permitem o mínimo de transporte de ajuda humanitária para o enclave palestino. No entanto, desde o início da guerra, a entrada de combustível é proibida, uma vez que Israel argumenta que o recurso pode ser desviado para o Hamas para fins militares.
Este impedimento tem afetado a vida dos civis na região, em diversos aspectos. Além de paralisar o funcionamento de serviços essenciais, como hospitais, as agências humanitárias explicam que a falta do recurso também prejudica a distribuição de suprimentos básicos:
“A produção de alimentos parou quase completamente, os mercados entraram em colapso, os pescadores não têm acesso ao mar, os agricultores não conseguem chegar às suas explorações agrícolas”, disse Abeer Etefa, porta-voz regional do Programa Alimentar das Nações Unidas para o Médio Oriente.