A operação militar ocorreu semanas após Israel iniciar uma campanha acusando o Hamas de usar unidades de saúde como escudo para suas ações militares. O porta-voz da IDF, Daniel Hagari, afirmava que cinco edifícios hospitalares estavam diretamente envolvidos nas atividades militares do Hamas, que os prédios ficavam em cima dos túneis e que eram utilizados por militantes para direcionar ataques com foguetes e comandar combatentes. Ainda declarava que os túneis poderiam ser acessados de dentro das enfermarias do hospital.
Numa coletiva de imprensa em 27 de outubro, o porta-voz Hagari afirmou ter “evidências concretas” do uso militar dos hospitais pelo Hamas. Também foram divulgadas imagens aéreas e mapas, o que preocupou os profissionais de saúde que trabalhavam no edifício. Horas depois da coletiva, redes de comunicação caíram no local. “Depois disso, começaram os bombardeamentos contra os edifícios em redor de al-Shifa”, recordou o cirurgião britânico-palestino, que trabalhava no hospital naquela noite, Ghassan Abu Sitta em conversa com o Post,
Um porta-voz do exército israelense ouvido pelo jornal norte-americano disse que as IDF “publicaram provas extensas e irrefutáveis que apontam para o abuso do complexo hospitalar de Shifa pelo Hamas para fins terroristas”. Questionado se mais provas seriam disponibilizadas, o porta-voz respondeu que não: “não podemos fornecer informações adicionais”.
O jornal norte-americano também apurou as informações com funcionários do governo Joe Biden. “Antes, eu estava convencido de que [Al-Shifa] era o local onde essas operações estavam ocorrendo”, disse um funcionário do alto escalão do Congresso dos EUA, que concedeu a entrevista sob anonimato. Mas, disse ele, “eles deveriam ter mais provas neste momento.”