Ao confirmar que o exército israelense tem se preparado para uma operação terrestre ainda mais agressiva, as forças de Defesa comandadas pelas autoridades de Tel Aviv prometeram atacar o sul da Faixa de Gaza com a mesma, ou mais, intensidade que atingiram o norte.
Com o agravamento dos bombardeios, nesta segunda-feira (04/12), palestinos que se encontravam isolados no território fronteiriço com Israel e Egito, relataram que ficaram sem onde nem como ir.
Muitos dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza fugiram para o sul após Israel ter dado ordens de evacuação para que deixassem o norte, já nos primeiros dias do conflito armado, que foi desencadeado em 7 de outubro quando o grupo palestino Hamas lançou a primeira ofensiva contra o Estado judeu.
Quando anoiteceu, tiros e bombardeios foram ouvidos na cidade central de Deir al-Balah, enquanto sinalizadores iluminavam o céu. Drones israelenses chegaram a sobrevoar a segunda maior cidade de Gaza, Khan Younis, sendo este um dos territórios confirmados pelas próprias autoridades do exército israelense a ser atacado na fase mais recente da operação militar.
Rafah, a cidade mais ao sul de Gaza, também foi escolhida como alvo das FDI, sendo o Corredor Philadelphi o foco dos israelenses, eixo por onde se transportam armas e recursos básicos para a população.
Twitter/Mustafa Barghouti
Khan Younis, no sul de Gaza, é bombardeado após o exército israelense confirmar foco dos ataques à região
O chefe dos direitos humanos das Nações Unidas, Volker Türk, apelou, mais uma vez, pelo fim dos ataques, dizendo que o sofrimento dos civis era “demais para suportar”.
O Ministério da Saúde de Gaza afirmou nesta segunda-feira (04/12) que o número de mortos no território está quase atingindo a marca dos 16 mil, contando também com mais de 41 mil feridos. Ainda de acordo com a pasta, 70% dos mortos são mulheres e crianças.
Após o fim da trégua humanitária, em menos de uma semana, o porta-voz do Ministério da Saúde local informou que centenas de pessoas foram mortas ou feridas:
“A maioria das vítimas ainda está sob os escombros”, afirmou Ashraf al-Qidra mais cedo.
A autoridade palestina do posto de fronteira entre Gaza e Egito avalia que o agravamento dos ataques complicará ainda mais a ajuda humanitária à Faixa de Gaza. Wael Abu Omar disse que 100 caminhões com recursos básicos conseguiram entrar no território no último domingo (03/12), mas lembrou que, antes da intensificação da guerra, entravam, em média, 500 caminhões por dia.
A Organização das Nações Unidas estima que 1,8 milhões de palestinos em Gaza foram deslocados até o momento. Quase 958 mil deles estão amontoados em instalações lotadas do órgão no sul de Gaza, local que está sendo mirado pelo exército israelense.