O jornalista e fundador de Opera Mundi, Breno Altman, denunciou neste sábado (14/10) ter sido censurado pela equipe da Jovem Pan após participar da gravação do programa Linha de Frente, apresentado pela JP News, o canal de televisão da rede.
Na última quinta-feira (12/10), Altman participou da gravação da edição que deveria ir ao ar neste sábado, às 16h30. Segundo o jornalista, durante mais de duas horas, debateu a guerra de Israel contra os palestinos ao lado de uma bancada “bastante despreparada e desinformada”.
“Procurei rebater os argumentos e falsidades repetidos à exaustão, a maioria com erros históricos e factuais extravagantes. O compromisso de meus interlocutores, afinal, não estava alinhado à verdade, mas com o sionismo e a extrema-direita brasileira” disse ele.
Porém, horas antes da exibição, Opera Mundi teve ciência que a participação de Altman não iria ao ar, pois a produção do programa teve um “problema na edição” e “perdeu” o material gravado. Além disso, foi informado que o jornalista não foi convidado para a regravação, que teria ocorrido na sexta-feira (13/10), pois a “a equipe é pequena”.
“Trata-se de uma atitude absurdamente antiética, antidemocrática e antiprofissional, além de mentirosa. Nunca presenciei, em quarenta anos de jornalismo, um comportamento tão baixo e deplorável”, declarou Altman.
Leia a nota de Breno Altman na íntegra:
CENSURA NA JOVEM PAN: EXTREMA-DIREITA ALIADA AO SIONISMO
Fui convidado a participar, na última quinta-feira, dia 12 de outubro, de uma gravação para o programa Linha de Frente, apresentado pela JP News, o canal de televisão da Jovem Pan. Durante mais de duas horas, debati a guerra de Israel contra os palestinos. Segundo a emissora, a edição deveria ir ao ar às 16h30 deste sábado, 14 de outubro.
Para minha surpresa, poucas horas antes da exibição, a redação de Opera Mundi recebeu a seguinte mensagem: “tivemos um problema na edição de ontem [13/10] à tarde e perdemos parte do que havia sido gravado. Tivemos que regravar com urgência. Infelizmente a participação do Breno não vai ao ar.” A mensagem foi enviada por Elaine Keller, apresentadora do programa.
Os outros três participantes, vinculados ao pensamento de extrema-direita, foram convidados para a regravação, eventualmente ocorrida na sexta-feira, dia 13, à noite. Eu não.
Meus colegas de bancada, na gravação original, eram o deputado federal Delegado Palumbo (MDB-SP), o comentarista Alessandro Negão e o jornalista Luis Kawaguti. Bastante despreparados e desinformados, o trio fez de tudo para defender incondicionalmente o Estado colonial de Israel e sua agressão criminosa contra a Faixa de Gaza, com a aquiescência da apresentadora.
Procurei rebater os argumentos e falsidades repetidos à exaustão, a maioria com erros históricos e factuais extravagantes. O compromisso de meus interlocutores, afinal, não estava alinhado à verdade, mas com o sionismo e a extrema-direita brasileira.
O resultado final deve ter levado o comando da Jovem Pan a decidir pela censura. Por desonestidade, inventaram uma história sem pé nem cabeça, e não me convidaram para a suposta regravação.
Trata-se de uma atitude absurdamente antiética, antidemocrática e antiprofissional, além de mentirosa. Nunca presenciei, em quarenta anos de jornalismo, um comportamento tão baixo e deplorável.
Mas diz muito acerca do que é a Jovem Pan: porta-voz da extrema-direita, especializada em mentira e desinformação, com profissionais submissos escolhidos a dedo, e disposta a qualquer coisa para defender o neofascismo e seu primo, o sionismo.
Felipe L. Gonçalves/Brasil247
Breno Altman denunciou atitude ‘absurdamente antiética, antidemocrática e antiprofissional’ da Jovem Pan