Uma semana após o ataque surpresa do grupo Hamas, a reação por parte de Israel resultou na morte de mais de 700 crianças palestinas. Outras 2.450 ficaram feridas. Os dados foram informados pela porta-voz do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) Sara Al Hattab, citando fontes locais, em entrevista à rede de televisão norte-americana CNN, neste sábado (14/10).
“De acordo com os últimos relatórios das autoridades de saúde e da imprensa local, pelo menos 2.215 palestinos foram mortos, incluindo mais de 700 crianças, e mais de 8.714 pessoas ficaram feridas, entre elas 2.450 crianças”, disse Hattab.
Também neste sábado, o exército israelense intensificou os ataques contra Gaza, após o término do prazo imposto por Tel Aviv para que a população deixasse suas casas. Apesar dos apelos da comunidade internacional sobre a impossibilidade de evacuação de civis palestinos, Israel ampliou a ofensiva desde às 16h local (10h de Brasília).
Antes da intensificação dos ataques israelenses, nesta sexta-feira (13/10), a Unicef divulgou uma nota apelando para uma pausa humanitária imediata para possibilitar um acesso seguro de serviços para salvar crianças na Faixa de Gaza.
“As crianças e as famílias em Gaza praticamente ficaram sem alimentos, água, eletricidade, medicamentos e acesso seguro aos hospitais, após dias de hostilidades e cortes em todas as rotas de abastecimento”, relata um trecho do comunicado.
Descrevendo o cenário de antes da intensificação dos ataques israelenses, o documento ainda destaca que “praticamente não há saída de Gaza para a população civil”, detalhando que “casas e infraestruturas críticas estão em ruínas” e que escolas e hospitais foram danificados pelas forças israelenses. O cenário, de acordo com a entidade ligada à Organização das Nações Unidas (ONU), impossibilita a prestação de apoio às crianças.
“Quando existe conflito em um país, as crianças são sempre as que pagam o preço mais pesado”, disse Ricardo Pires, porta-voz da Unicef, em entrevista ao jornal Folha de São Paulo. “Quando casas começam a ser destruídas, elas veem o trauma de uma guerra que nem um adulto teria condições de lidar. Isso para uma criança define o desenvolvimento dela por décadas”, complementou.