A maior rede internacional da sociedade civil pró-palestina, o Comitê Nacional Palestino do Movimento Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS), instou nesta quinta-feira (26/10) que o governo do presidente Lula revogue os “acordos vergonhosos” que a Câmara dos Deputados aprovou na última semana sobre cooperação com o “regime de apartheid de Israel“, assinados durante o mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro (2018-2022).
“É o momento de retirar a assinatura presidencial dos acordos de cooperação, como primeiro passo para um embargo militar contra Israel. Estes acordos militares, de cooperação para tecnologia, armamentos e treinamento apenas irão exacerbar a matança na Palestina”, exigiu a organização.
O BDS menciona dois dos quatro acordos assinados por Bolsonaro, que fazem referência à cooperação militar e para segurança pública de Tel Aviv, e aprovados na quarta-feira da última semana (18/10) pelos parlamentares. “Apenas um dia depois de Israel ter bombardeado o Hospital Baptista Al-Ahli em Gaza, matando centenas de pessoas, como parte do seu ataque genocida a Gaza”, lembrou.
“Este é o momento para o governo do Brasil assumir responsabilidade, revogar estes acordos vergonhosos, pedir um cessar-fogo imediato, acesso imediato de ajuda a Gaza, para ajudar a acabar com a guerra genocida de Israel e o crime de apartheid que perpetua”, adicionou a organização às exigências.
O movimento lembra que mais de cinco mil palestinos já morreram nos ataques de Israel contra Gaza, sendo mais de um terço crianças. Além da população de 2,3 milhões de pessoas viver sob cerco, impedidos de acesso água, alimentos, remédios e eletricidade.
O BDS lembra que caso Lula não revogue tais assinaturas, significa “uma demonstração de cumplicidade flagrante por parte das instituições estatais do Brasil naquilo que especialistas em direito internacional descrevem como um genocídio israelense em curso contra o povo palestino”.
BDS movement/Twitter
Movimento lembra que mais de cinco mil palestinos já morreram nos ataques de Israel contra Gaza, sendo mais de um terço crianças
Leia a nota na íntegra
Palestina ocupada, 24 de Outubro de 2023.
O Comitê Nacional Palestino do Movimento Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS), a maior rede da sociedade civil palestina, está profundamente chocado com o fato de a Câmara dos Deputados do Brasil ter aprovado na quarta-feira passada os restantes 2 dos 4 acordos de cooperação com o regime de apartheid de Israel, que o ex-presidente Jair Bolsonaro assinou durante o seu mandato. Particularmente vergonhoso é o fato de que dois destes acordos dizem respeito à cooperação militar e para segurança pública.
Esta votação ocorreu apenas um dia depois de Israel ter bombardeado o Hospital Baptista Al-Ahli em Gaza, matando centenas de pessoas, como parte do seu ataque genocida a Gaza. Mais de 5000 pessoas palestinas, mais de um terço delas crianças, já foram mortas pelos bombardeios indiscriminados, enquanto Israel impôs um cerco completo a população de Gaza de 2,3 milhões, proibindo a entrada de água, alimentos, remédios e eletricidade, causando assim condições de fome e desidratação grave. Esta é uma demonstração de cumplicidade flagrante por parte das instituições estatais do Brasil naquilo que especialistas em direito internacional descrevem como um genocídio israelense em curso contra o povo palestino.
Muitas pessoas no Brasil, especialmente a comunidade negra, sabem que estes acordos militares, de cooperação para tecnologia, armamentos e treinamento apenas irão exacerbar a matança na Palestina mas também no Brasil. Nos últimos 10 dias, armas israelenses foram usadas em 6 operações militares que fecharam todas as escolas, resultaram em violações de domicílios e mataram 3 pessoas na favela Maré, no Rio de Janeiro.
Apelamos ao povo brasileiro para que se oponha a esta cooperação criminosa e construa uma solidariedade eficaz para defender as pessoas no Brasil da exportação por Israel de ferramentas de repressão do apartheid que são usadas para subjugar o povo palestino indígena.
Este é o momento para o governo do Brasil assumir responsabilidade, revogar estes acordos vergonhosos, pedir um cessar-fogo imediato, acesso imediato de ajuda a Gaza, para ajudar a acabar com a guerra genocida de Israel e o crime de apartheid que perpetua. O Brasil deveria se juntar à maior parte do mundo no apelo à responsabilização daqueles que cometem crimes contra a humanidade e contra o povo palestino e daqueles que os permitem. É o momento de retirar a assinatura presidencial dos acordos de cooperação, como primeiro passo para um embargo militar contra Israel, tal como foi imposto ao apartheid na África do Sul.
Se não agora, então quando?