A Presidência da Namíbia condenou no sábado (13/01) a posição do governo alemão que rejeitou as acusações de genocídio dirigidas contra Israel pela África do Sul perante a Corte Internacional de Justiça (CIJ).
Para o governo namibiano, a Alemanha optou por defender no Tribunal Internacional da Justiça os “atos genocidas e e horríveis” do governo israelense contra “civis inocentes em Gaza e nos territórios palestinos ocupados”.
“O presidente Hage Geingob expressa profunda preocupação com a decisão chocante comunicada pelo governo da República Federal da Alemanha ontem, 12 de janeiro de 2024, na qual rejeitou a acusação moralmente correta apresentada pela África do Sul perante a Corte Internacional de Justiça, de que Israel está cometendo genocídio contra os palestinos em Gaza”, afirmou a declaração.
Segundo o comunicado emitido pelo governo da Namíbia, a gestão de Olaf Scholz ignora as “mortes violentas” de cerca de 24 mil palestinos, criticando que o país europeu não pode “expressar moralmente seu compromisso” com a Convenção das Nações Unidas (ONU) contra o genocídio “enquanto apoia o equivalente a um holocausto e genocídio em Gaza”.
A nota também critica que a Alemanha “ainda não se redimiu totalmente do genocídio que cometeu em solo namibiano”. Entre 1904 e 1908, “dezenas de milhares de namibianos inocentes morreram nas condições mais desumanas e brutais”, quando Berlim “cometeu o primeiro genocídio do século 20”.
“A Alemanha não pode expressar moralmente seu compromisso com a Convenção das Nações Unidas contra o genocídio, incluindo a expiação pelo genocídio na Namíbia, enquanto apoia o equivalente a um holocausto e genocídio em Gaza. Várias organizações internacionais, como a Human Rights Watch, concluíram de forma assustadora que Israel está cometendo crimes de guerra em Gaza”, aponta o comunicado.
Na sexta-feira (12/01), o governo alemão rejeitou as acusações de genocídio dirigidas contra Israel pela África do Sul, alertando contra a “instrumentalização política” dessa acusação. “Tendo em vista a história da Alemanha e o crime contra a humanidade do Holocausto, o governo federal se considera particularmente comprometido com a Convenção contra o Genocídio [… ]. Nós nos opomos firmemente à sua instrumentalização política”, declara o comunicado.
A África do Sul formalizou um documento que acusa Israel pelo “genocídio” cometido contra os palestinos. O texto, que começou a ser analisado em audiência na quinta-feira (11/01), pede que a CIJ declare que o governo israelense violou a Convenção para Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio durante os ataques contra o Hamas, na Faixa de Gaza.
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