Não há sentido alimentar quem pode morrer no dia seguinte, diz o alto comissário da União Europeia
Comentário de Josep Borrell causou controvérsia ao questionar eficiência sobre envio de ajuda humanitária para palestinos que têm suas vidas diariamente ameaçadas pelo exército israelense
Comentários recentes do alto comissário da União Europeia (UE) para as Relações Exteriores e Segurança geraram forte controvérsia na mídia internacional.
Ao afirmar, nesta terça-feira (28/11), que a ajuda humanitária levada aos palestinos na Faixa de Gaza não é suficiente para minimizar os danos do conflito entre Israel e Palestina, Josep Borrell deu declarações que sugeriram “não fazer sentido” enviar recursos básicos àqueles que podem morrer a qualquer momento:
“Multiplicamos por quatro a ajuda humanitária. Mas não tem muito sentido dar de jantar se alguém que vai morrer no dia seguinte sob as bombas”, disse o político durante uma conferência de imprensa do 8º Fórum da União para o Mediterrâneo, em Barcelona.
Borrell chegou a defender a necessidade de “prolongar” a trégua humanitária alcançada por Israel e o Hamas para o intercâmbio de israelenses por reféns palestinos, até que se possa atingir um acordo de solução que vise a formação de dois Estados, um judeu e outro árabe:
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Josep Borrell comentou que apesar de multiplicar ajuda humanitária em Gaza, não vê sentido em alimentar quem pode morrer no dia seguinte
“O que ocorre hoje na Palestina e em Gaza em particular é uma quebra moral e política da comunidade internacional que, durante 30 anos, vem repetindo que a solução é a criação de dois Estados, mas fazendo muito pouco ou nada para torná-la realidade”, afirmou o chefe da diplomacia europeia, acrescentando sua posição de que a Autoridade Palestina deve assumir o controle da Faixa de Gaza com o apoio da União Europeia.
Ainda de acordo com Borrell, é necessário também deter a “colonização ilegal” da Cisjordânia por parte de israelenses, o que considerou como um dos maiores impeditivos à paz no Oriente Médio.
“Um cessar-fogo prolongado que permita a libertação de mais reféns, e que evolua para um cessar-fogo permanente ligado a um processo político, é algo em que temos consenso”, explicou o espanhol à imprensa.
(*) Com Sputnik News
