Mandla Mandela, neto do ex-presidente sul-africano e líder anti-apartheid Nelson Mandela, declarou seu apoio à resistência do povo palestino nesta sexta-feira (13/10) durante uma manifestação na Cidade do Cabo, na África do Sul.
“Nós fazemos um apelo para todos os palestinos, em suas casas, em suas ruas, seus vilarejos: vocês devem resistir e lutar contra o regime de ocupação”, disse ele, declarando que a Palestina “será livre porque sua luta é justa”.
Membro da Assembleia Nacional da África do Sul, Mandla enviou uma mensagem ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, o comparando com Ronald Reagan, presidente norte-americano que apoiou o regime do apartheid sul-africano. “Você está apoiando o lado errado da história, e a história o julgará”, afirmou ele.
O representante também fez um apelo às autoridades de seu país para que adotem respostas mais duras contra Israel. “Eu peço ao presidente, Cyril Ramaphosa, não só que fique do lado e fale pela Palestina na Assembleia Geral das Nações Unidas, mas também para que aja”, disse ele, que pediu também o fechamento da embaixada de Israel na África do Sul e o cancelamento das operações da companhia aérea israelense El Al no país.
As declarações foram dadas durante um protesto na Cidade do Cabo que reuniu centenas de manifestantes. Na quarta-feira (11/10) manifestantes fizeram um piquete em frente ao consulado dos EUA em Joanesburgo, enquanto moradores da Cidade do Cabo faziam um ato em frente à Federação Sionista sul-africana.
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Mandla Mandela e Ndileka Mandela durante evento em homenagem a libertação de Nelson Mandela
Manifestações pró-Palestina
Além do Oriente Médio, diversos países africanos têm testemunhado manifestações em solidariedade com a Palestina e contra a atual ofensiva israelense em Gaza. No continente, o governo com uma posição mais dura neste sentido é da Argélia, cujo Ministério das Relações Exteriores condenou os bombardeios de Israel em Gaza, pediu por uma intervenção internacional para resolver a situação e expressou solidariedade à luta palestina contra o “assentamento colonial israelense”.
Países como Egito, Nigéria, Marrocos e Uganda tomaram uma postura mais moderada, expressando preocupação com a situação, pedindo que as tensões na região cessem e fazendo apelos humanitários em nome dos civis dos dois lados.
Já países como Zâmbia e Quênia expressaram apoio a Israel.
Independentemente das posições dos governos, há um crescente movimento de solidariedade com a Palestina entre os povos africanos, de acordo com a analista Suraya Dadoo. “O governo do Quênia fez uma declaração pró-Israel, mas um movimento de solidariedade à Palestina significativo e crescente, liderado pelo grupo ‘Quenianos pela Palestina’, está emergindo”, disse ela ao The Palestine Chronicle.
“Há um sentimento similar em Gana, onde a declaração governamental inclinou-se fortemente para Israel, mas onde grupos da sociedade civil estão conseguindo fazer com que a luta pelos direitos dos palestinos permaneça na consciência pública”, declarou.