Sexta-feira, 11 de julho de 2025
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Mais 17 caminhões com ajuda humanitária atravessaram neste domingo (22/10) a fronteira entre o Egito e a Faixa de Gaza em Rafah, no segundo dia consecutivo de entrada de itens de primeira necessidade no território palestino.

Os veículos transportam suprimentos médicos, comida e água potável, assim como os 20 caminhões que cruzaram a fronteira no último sábado (21/10). Mas neste caso, seis deles levam combustível para alimentar geradores de hospitais.

No primeiro envio de suprimentos, combustível não foi permitido pelo governo de Israel. O porta-voz das Forças de Defesa Israelenses (FDI), Daniel Hagari, adiantou que a matéria-prima que pode gerar energia “não entraria em Gaza” no sábado. 

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No entanto, segundo a agência de ajuda humanitária da ONU para refugiados palestinos (UNRWA) é “absolutamente crítico” que o combustível chegue à região, uma vez que permite as ações da agência e o bombeamento de ´´agua para a população. 

Por sua vez, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) alertou que as vidas de pelo menos 120 recém-nascidos em incubadoras nos hospitais de Gaza estão em risco por causa da falta de combustível para energia no território. 

O Egito permitiu o uso da passagem de Rafah para ajuda humanitária após Israel dar garantias de que não realizaria ataques durante o trânsito dos comboios, mas pedestres continuam proibidos de cruzar a divisa para entrar em solo egípcio – incluindo brasileiros, italianos e outros estrangeiros que aguardam evacuação há vários dias.

Mais 17 caminhões entram em território Palestino por Rafah para distribuir água, alimentos e medicamentos à população; combustíveis foram permitidos para hospitais

Twitter/Thomas White

Veículos transportam suprimentos médicos, comida e água potável, que devem ser distribuídos a população pela ONU

Até o momento, o Ministério da Saúde de Gaza contabiliza 4.651 mortos nos bombardeios realizados por Israel, enquanto o país judeu diz que os ataques perpetrados pelo Hamas em 7 de outubro fizeram mais de 1,4 mil vítimas, das quais cerca de 1,1 mil foram identificadas. Nos dois lados do conflito, a maioria dos falecidos eram civis.

Em declaração neste domingo, Izzat al-Risheq, membro do gabinete político do Hamas, acusou Israel de praticar “crimes de guerra e genocídio”, com o “apoio e a participação do governo norte-americano e de alguns países ocidentais”.

Além disso, a administração da Faixa de Gaza disse que pelo menos 42% das unidades habitacionais do território foram danificadas ou destruídas nas últimas duas semanas, enquanto a ONU estima que os deslocados no enclave palestino totalizem 1,4 milhão de pessoas, em uma população de cerca de 2 milhões de habitantes.

O Hamas ainda mantém 212 reféns, entre civis e militares, sob seu poder, de acordo com o Exército israelense, que reivindicou a morte do vice-chefe de artilharia do grupo em Gaza, Muhamad Qatmash, que teria tido um “papel significativo” nos ataques de 7 de outubro.

Embates

Durante a madrugada, as Forças de Defesa de Israel (FDI) lançaram um ataque contra um complexo subterrâneo situado sob uma mesquita em Jenin, na Cisjordânia. Segundo as FDI, a estrutura escondia uma “célula terrorista” do Hamas e da Jihad Islâmica que planejava um “atentado iminente”.

De acordo com a agência palestina Wafa, o bombardeio deixou dois mortos. Ao mesmo tempo, Israel realizou ataques contra os aeroportos de Damasco e Aleppo, na Síria, danificando as pistas de pouso.

Enquanto isso, ordenou a evacuação de mais 14 comunidades perto da fronteira com o Líbano, onde a tensão com o movimento xiita Hezbollah, apoiado pelo Irã e aliado do Hamas, é crescente. 

“O plano do Irã é atacar Israel em todas as frentes. Se percebermos que querem atingir Israel, nós atacaremos a cabeça da serpente, o Irã”, alertou o ministro da Economia israelense, Nir Barkat, em entrevista ao jornal britânico Daily Mail.