O número de mortos em um ataque contra um abrigo da ONU em Khan Younis, na Faixa de Gaza, aumentou para 12, informou o diretor da agência para os refugiados palestinos (UNRWA), Thomas White, em comunicado divulgado nesta quinta-feira (25/01) pelo jornal britânico The Guardian.
Segundo White, uma série de missões para chegar até as vítimas e feridos foram negadas, sem dizer diretamente que as tentativas foram bloqueadas por Israel.
O diretor da UNRWA destacou ainda que as equipes da ONU só conseguiram chegar ao local à noite, após terem o acesso negado várias vezes. Ao menos 75 pessoas ficaram feridas, incluindo 15 em estado crítico.
Por sua vez, o governo de Israel negou a responsabilidade pelo ataque, no qual dois projéteis de tanques atingiram um centro de treinamento da UNRWA, que abriga milhares de pessoas, e pegou fogo. Imagens transmitidas pelo canal Al Jazeera em árabe mostraram espessas colunas de fumaça saindo do prédio.
Todo o complexo abriga cerca de 10 mil pessoas, segundo o coordenador humanitário interino da ONU para os Territórios Palestinos, James McGoldrick, que lamentou “um novo incidente, em que um edifício usado para fins humanitários é impactado ou danificado”.
Na terça-feira (23/01), Philippe Lazzarini, chefe da UNRWA, anunciou que o mesmo edifício havia “sido atingido durante operações militares” no dia anterior, já com seis mortos.
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Pelo menos 335 pessoas em instalações da ONU foram mortas e mais de 1.100 feridas pelas forças israelenses
À medida que as forças israelenses continuam as suas operações, mais de um milhão de pessoas estão bloqueadas em Rafah, ao sul de Khan Younis, perto da fronteira com o Egito.
Solidariedade internacional
Nesta quinta-feira, a Indonésia condenou os ataques de Israel em Khan Younis, declarando que o bombardeio “aumenta a lista de violações do direito internacional por parte de Israel”.
A declaração da Indonésia surge após o ministro das Relações Exteriores do país, Retno Marsudi, ter discursado no Conselho de Segurança da ONU para que o órgão não faça exceções na defesa ao direito internacional e exigiu que Israel fosse responsabilizado pelas atrocidades em Gaza, uma vez que “nenhuma nação está acima da lei”.
Apoiadora convicta e confessa da Palestina, a Indonésia é um dos defensores mais veementes em vários fóruns internacionais.
Marsudi participará de uma audiência pública realizada pela Corte Internacional de Justiça (CIJ) no próximo mês, onde apresentará argumentos jurídicos desafiando a ocupação de Israel na Palestina.