O grupo palestino Hamas veiculou neste domingo (21/01) um memorando denominado “Por que a operação Tempestade de Al-Aqsa?”, colocando sua narrativa dos motivos que levaram à operação, como ficaram conhecidos os ataques a Israel em 7 de outubro de 2023.
Em primeiro lugar, o grupo faz questão de lembrar que “a batalha do povo palestino contra a ocupação e o colonialismo” não começou na data da operação, “mas há 105 anos, incluindo 30 anos de colonialismo britânico e 75 anos de ocupação sionista”.
Neste período, o grupo denuncia que “as gangues sionistas assumiram o controle pela força de 77% da Palestina, expulsaram 57% do povo palestino, destruíram mais de 500 vilas e cidades, e cometeram dezenas de massacres contra os palestinos”. Como resultado, a “Entidade Sionista”, ou o Estado de Israel, foi criado em 1948.
O grupo também escreveu sobre o “bloqueio sufocante” imposto à Faixa de Gaza desde 2007, “que a transformou na maior prisão a céu aberto do mundo”, abrigando mais de dois milhões de pessoas em menos de 400 quilômetros de extensão.
Wikicommons
Batalha dos palestinos contra ocupação e colonialismo começou há 105 anos contra o Reino Unido
Mencionando números, o Hamas informa que no período entre janeiro de 2000 e setembro de 2023 [um mês antes do início da guerra], a ocupação israelense matou 11.299 e feriu 156.768 palestinos, civis em sua grande maioria.
Agora, em 100 dias de ataques israelenses, o Ministério da Saúde palestino contabiliza que 25 mil pessoas já morreram a partir de 7 de outubro.
O grupo também levanta a questão de Israel ser considerado um “Estado acima da lei”, uma vez que seus crimes humanitários têm sido ignorado há décadas, culpando especialmente o governo norte-americano, o principal apoiador e financiador de Israel nesta guerra, e seus aliados.
Os Acordos de Oslo, firmados em 1993 para estabelecer a criação de um Estado palestino, também são mencionado no documento. “Israel destruiu sistematicamente todas as possibilidades de estabelecer o Estado palestino por meio de uma ampla campanha de construção de assentamentos e judaização das terras palestinas na Cisjordânia e em Jerusalém”, alega.
“Após 75 anos de ocupação e sofrimento implacáveis, depois de fracassar em todas as iniciativas de libertação do nosso povo, e de processos de paz, o que o mundo esperava que o povo palestino fizesse em resposta?”, questiona o grupo de resistência palestina.