A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou, nesta sexta-feira (13/10), que a evacuação de Gaza ordenada por Israel mediante invasão do território pelas forças armadas do país (FDI), significa uma “sentença de morte” para pacientes hospitalares que não podem se mover ou deixar os equipamentos essenciais para suas vidas.
O porta-voz da organização, Tarik Jasarevic, afirmou sobre a impossibilidade de transportar os doentes dentro das 24 horas dadas por Israel, e que “pedir aos profissionais de saúde que façam isso é muito cruel”.
“Há pessoas gravemente doentes cujos ferimentos significam que suas únicas chances de sobrevivência dependem de equipamentos médicos”, argumentou Jasarevic.
Ordem “horrenda”
A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (Unrwa) também se posicionou contra a ordem de Israel, afirmando que a decisão para evacuação de civis residentes na Cidade de Gaza é “horrenda”.
O principal município da Faixa de Gaza abriga mais de um milhão de pessoas, cerca de metade dos habitantes do território.
“Isso só causará níveis de miséria sem precedentes e empurrará ainda mais a população de Gaza rumo ao abismo”, disse o chefe da Unrwa, Philippe Lazzarini.
The call from the Israelis Forces to move more than 1 million civilians living in northern ?#Gaza within 24 hours is horrendous.
This will only lead to unprecedented levels of misery and further push people in #Gaza into abyss.@UNRWA STATEMENT⬇️https://t.co/XzgFBmHAGG
— UNRWA (@UNRWA) October 13, 2023
De acordo com ele, mais de 423 mil pessoas já deixaram suas casas na Faixa de Gaza, que “está se tornando rapidamente um inferno” devido ao cerco total imposto por Israel, limitando acesso à água, alimentos e eletricidade.
“O tamanho e a velocidade da crise humanitária em curso são assustadores”, acrescentou.
Twitter/وزارة الصحة – فلسطين
Israel ordenou evacuação de civis da Faixa de Gaza mediante invasão do território, mas enfermos não podem ser transportados
Saúde em colapso
O Ministério da Saúde da Palestina alertou que o sistema de saúde do país “começou a entrar em colapso” nesta quinta-feira (12/10). A situação se agrava em meio ao “cerco total” que Israel tem imposto à Faixa de Gaza.
“O número de leitos de UTI foi ampliado, mas já preenchido. Os feridos que precisam de leitos para tratamento intensivo agora não têm onde ficar internados”, informou a pasta.
O ministério ainda adicionou que o número de feridos ultrapassa a capacidade de salas de operação e é superior à capacidade clínica dos hospitais, mesmo que ampliados. Para os feridos em campo de batalha, o Ministério da Saúde não têm ambulâncias suficientes para todos os resgates.
Além dos ataques das Forças Armadas Israelenses (FDI), que vitimam civis palestinos, o “cerco total”, instituído pelo governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, afeta o acesso à energia em Gaza, fazendo com que as já sobrecarregadas instalações médicas de Gaza tenham seus funcionamentos comprometidos.
Apesar das decisões emergenciais, os geradores que têm sustentado os hospitais de Gaza não têm capacidade para aguentar mais do que alguns dias.
(*) Com Ansa e Monitor do Oriente Médio