No Dia Internacional da Solidariedade ao Povo Palestino, celebrado nesta quarta-feira (29/11), o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, apelou à comunidade internacional para que “usem de sua influência” à favor do fim do conflito e dos ataques de Israel contra o povo palestino.
Ao defender a solução de dois Estados, mais uma vez, tendo Jerusalém como capital de ambas as partes, o chefe da ONU solicitou o fim da ocupação e do bloqueio israelenses na Faixa de Gaza.
Em comunicado, Guterres explicou que seu pedido é baseado nas resoluções das Nações Unidas e com o direito internacional, e prevê que Israel e Palestina “vivam lado a lado em paz e segurança”.
Lido pela diretora-geral do escritório da ONU em Genebra, Tatiana Valovaya, no discurso o diplomata português reforçou que a organização “nunca abandonará o seu compromisso com o povo palestino”, além de acrescentar que as Nações Unidas são solidárias com “as suas aspirações de respeitar os seus direitos inalienáveis e de construir um futuro de paz, justiça, segurança e dignidade para todos”.
Reiterou ainda que os palestinos “sofrem uma catástrofe humanitária” devido ao cerco de Tel Aviv contra a Faixa de Gaza e à violência dos militares israelenses e dos colonos na Cisjordânia após a ofensiva de 7 de outubro lançada pelo Movimento de Resistência Islâmica Palestina Hamas.
Guterres não deixou de condenar o grupo palestino, mas voltou a classificar as ações de Tel Aviv como uma “punição coletiva”, afirmando que nada justifica os constantes bombardeios contra civis, além de bloqueios de alimentos, água, combustível, medicamentos e serviços essenciais.
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António Guterres pede à comunidade internacional mais pressão para que os ataques de Israel contra o povo palestino cheguem ao fim
Além disso, o diplomata defendeu uma trégua de longo prazo em que Israel possa autorizar a chegada integral de ajuda humanitária à Gaza e que o Hamas liberte todos os reféns israelenses.
Vale lembrar que o Dia Internacional da Solidariedade ao Povo Palestino é celebrado anualmente para comemorar a data de 1947, quando a própria Organização das Nações Unidas (ONU) adotou a resolução pedindo a criação de dois Estados no território histórico da Palestina.
ONU exige que Israel se retire das Colinas de Golã
No dia anterior, a Assembleia Geral das Nações Unidas adotou uma resolução pedindo a retirada de Israel das Colinas de Golã. Com 91 votos a favor, 62 abstenções e oito países contra (Austrália, Canadá, Israel, Ilhas Marshall, Estados Federados da Micronésia, Ilha de Palau, Reino Unido e EUA), o documento acabou sendo aprovado.
O texto defende que a jurisdição que Israel afirma ter sobre a área, que ocupou durante a Guerra dos Seis Dias (1967) e a Guerra do Yom Kippur (1973), é “nula” e “sem efeito”.
Além disso, a entidade internacional considera os assentamentos construídos por Tel Aviv como “ilegais”, destacando que a sua ocupação e anexação constituem obstáculos para alcançar “uma paz justa e duradoura na região”.
As Colinas de Golã fazem parte do território da Síria, embora o Líbano reivindique uma pequena porção dele. Em 1981, o Conselho de Segurança da ONU chegou a aprovar a resolução 497, também classificando como “nula” e “sem efeito” a anexação do território por Israel.