O chefe da comissão de direitos humanos das Nações Unidas, Volker Türk, afirmou a necessidade de documentar e analisar as evidências de todas as violações do conflito na Faixa de Gaza.
Em conversa com a imprensa na sede da ONU, em Genebra, nesta quinta-feira (16/11), Türk, sem mencionar Israel e Hamas, falou sobre a abertura de uma investigação internacional a quem cometer “violações múltiplas e profundas do direito humanitário internacional”.
A declaração acontece após uma visita na semana passada ao Oriente Médio, onde alertou que ambos os lados estavam cometendo crimes de guerra em um conflito que deixou milhares de civis mortos.
“Quando as autoridades nacionais se mostram resistentes ou incapazes de realizar tais investigações, e onde há narrativas contestadas sobre incidentes particularmente significativos, é necessária uma investigação internacional”, explicou ele.
Nesta quinta-feira (16/11), as operações militares israelenses ainda continuam em vigor no principal hospital da Faixa de Gaza, o Al-Shifa, onde estão cerca de 2.300 pessoas, entre pacientes, profissionais de saúde e deslocados. Mesmo com a resolução apresentada por Malta aprovada no Conselho das Nações Unidas, texto que exige pausas humanitárias e corredores na Faixa de Gaza que permitam a entrada de ajuda, o exército de Israel confirmou que segue atuando sobre o complexo hospitalar.
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Volker Türk afirma necessidade de abrir uma investigação internacional contra crimes de guerra na Faixa de Gaza
Türk condenou os ataques aos pacientes do Al-Shifa e exigiu que as medidas do documento aprovado pelo Conselho da ONU sejam respeitadas. Além disso, fez um novo apelo pedindo para ambas as partes da guerra “largarem suas armas” e criarem um “espaço político para um caminho fora desse horror”.
De acordo com o chefe de direitos humanos, a Organização Mundial de Saúde (OMS) já documentou 137 ataques a serviços hospitalares.
Uma crise muito além de Gaza
Turk também manifestou preocupação com a intensificação da violência e discriminação contra palestinos na Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, onde ataques e operações militares estão aumentando cada vez mais.
Alertou contra a “armadilha” da polarização, insistindo que “cada um precisa se esforçar para encontrar pontos em comum e uma solução”.
Nesta quinta-feira (16/11), o Ministério da Saúde de Gaza contabilizou pelo menos 11.500 palestinos mortos e mais de 29.800 feridos, enquanto as autoridades israelenses seguem registrando mais de 1.400 mortes sob os ataques do Hamas, que aconteceram em 7 de outubro.