A Comissão Palestina para Assuntos de Detidos denunciou, neste domingo (17/12), que as mulheres presas pelo exército israelense na Faixa de Gaza foram submetidas a tortura e a abusos brutais.
De acordo com a emissora catari Al Jazeera, uma testemunha das reféns relatou à entidade palestina que a administração penitenciária israelense “escolheu deliberadamente” as mulheres detidas de Gaza para o “pior tipo de tratamento”.
“Uma mulher idosa, de 80 anos, de Gaza, chegou à prisão andando de muleta e sem cobertura na cabeça. Seu corpo e suas roupas estavam cheios de sangue e ela não sabia de nada. Parecia que ela sofria da doença de Alzheimer”, disse a Comissão, citando o relato.
A entidade ainda afirmou que todas as prisioneiras na Faixa de Gaza tiveram as suas vestimentas confiscadas e substituídas por roupas de verão. Foram submetidas, inclusive, a diversas hostilidades, como espancamentos e agressões, além de insultos e injúrias incessantes, sendo que algumas das vítimas passaram dias desabrigadas, “na chuva e no frio”.
Twitter/Palestine Online
Comissão Palestina para Assuntos de Detidos denuncia que mulheres presas por Israel são submetidas à tortura
O gabinete dos direitos humanos das Nações Unidas (ACNUDH) também anunciou ter recebido relatos, do norte de Gaza, sobre detenções em massa, maus-tratos e desaparecimentos de milhares de palestinos nas mãos dos israelenses.
Os registros da organização contabilizam, por exemplo, mais de 140 mulheres, sendo a maioria detida ao tentar fugir para o sul por conta da intensificação dos ataques do exército de Tel Aviv na região, ou durante as operações militares realizadas por invasões em casas, hospitais, escolas e outros locais de refúgio.
De acordo com outros relatórios mencionados pela ONU, crianças de até 12 anos e pessoas de até 70 também estão dentre os detidos pelo exército israelense.
Os documentos sugerem que a maioria das vítimas foi submetida a torturas graves. Civis foram mortos, inclusive, em aparentes execuções extrajudiciais dentro dos próprios locais de refúgio, como escolas.