As Forças de Defesa de Israel (IDF) anunciaram a retirada de milhares de seus soldados na Faixa de Gaza, nesta segunda-feira (01/01), configurando o primeiro recuo significativo das tropas de ocupação no território palestino desde a intensificação da guerra, em 7 de outubro.
As autoridades de Tel Aviv informaram, em comunicado, que estariam retirando, pelo menos temporariamente, cinco brigadas militares ainda nesta semana, incluindo os reservistas.
De acordo com as IDF, a 828ª Brigada, a 261ª Brigada e a 460ª Brigada, composta por tropas em serviço ativo, retornarão às suas “missões normais de treinamento”. Já a 551ª Brigada e a 14ª Brigada, composta por reservistas, voltarão para casa e retomarão seus “trabalhos normais”.
Apesar do anúncio, o órgão israelense deixou claro que a medida não significa o fim dos combates em Gaza nem de um afrouxamento da ocupação na região, uma vez que, neste fim de semana, o próprio primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu destacou que as hostilidades vão continuar por “muitos meses a mais”.
De acordo com o porta-voz das IDF, Daniel Hagari, o regresso dos soldados permitirá um “alívio considerável para a economia” e possibilitará “reunir forças” para os futuros combates na região: “os objetivos da guerra exigem combates prolongados e estamos nos preparando adequadamente”.
A decisão de Tel Aviv tem como objetivo mitigar os danos econômicos do país. Um dos fatores que tem denegrido a economia israelense foi a convocação de mais de 300 mil reservistas para intensificar os ataques no território palestino. A medida teve sérias implicações para a nação, uma vez que, sem força de trabalho, muitas empresas foram obrigadas a encerrar ou a reduzir suas operações.
Twitter/UNRWA
Israel anuncia retirdada
Além disso, os Estados Unidos, seu maior aliado, têm sido cada vez mais pressionado pela comunidade internacional, ordenando portanto o Estado judeu a uma guerra “menos intensa”, com menos civis mortos.
Em dezembro, altos funcionários de Washington haviam informado ao canal norte-americano CNN que a expectativa era de que a atual fase da operação terrestre contra o sul de Gaza durasse várias semanas antes mesmo do recuo dos militares israelenses.
Mais de 200 mortes em menos de 24 horas
No entanto, mesmo após o anúncio, os palestinos continuaram sendo hostilizados por ataques terrestres e aéreos nesta terça-feira (02/01), principalmente na cidade de Khan Younis, no sul de Gaza.
Já na região norte, Israel afirmou ter matado dezenas de militantes nas últimas 24 horas. Além disso, civis informaram que um campo de refugiados central de Al-Bureij foi bombardeado pelos soldados israelenses.
De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, com a morte de mais 207 palestinos em apenas um dia, o número de fatalidades na região já ultrapassou a marca dos 22 mil nesta terça-feira. Por outro lado, as autoridades israelenses contabilizam cerca de 1.200 de seus civis mortos, principalmente durante a primeira ofensiva, em 7 de outubro.