A cidade de Richmond, capital do estado da Virgínia, nos Estados Unidos, declarou nesta quarta-feira (25/10) seu apelo “ao fim do apartheid israelense e à ocupação e bloqueio de terras palestinianas pelas forças militares de Israel”, em um comunicado da Câmara Municipal.
Demonstrando solidariedade com o povo palestino na Faixa de Gaza, a qual reconheceu como “a maior prisão ao ar livre do mundo”, os membros representantes falaram sobre a “campanha de limpeza étnica e punição coletiva” que Israel promove na região, lembrando que tais atos são considerados crimes de guerra diante do direito internacional.
“Esta punição coletiva do povo palestino inclui o encerramento de todo o acesso à eletricidade, água potável, alimentos e ajuda humanitária”, ressaltou o documento no mesmo dia em que a agência da ONU para os refugiados palestinos (UNRWA) afirmou que pode interromper a distribuição de suprimentos por falta da matéria que produz energia.
O comunicado ainda lembra que Israel promove sua “limpeza étnica através da eliminação de grupos étnicos indesejados por meio de deportação, deslocamento forçado ou genocídio”, fazendo referência também ao anúncio de Israel para que os palestinos de Gaza saiam da região diante de uma iminente invasão terrestre por suas Forças Armadas.
“O Estado de Israel não seria capaz de manter um regime de apartheid sem a enorme ajuda militar fornecida pelos Estados Unidos todos os anos”, admite a cidade norte-americana, que também acusa a decisão dos EUA de privar norte-americanos com financiamento para “suas próprias necessidades urgentes” por causa desse apoio.
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Conselho Municipal comprometeu-se em combater a limpeza étnica e o apartheid "em todo lado"
Para além da guerra iniciada em 7 de outubro com os ataques do grupo palestino Hamas ao território de Israel, a Câmara Municipal de Richmond afirmou que o cerco de Israel a Gaza “causou uma taxa de desemprego de 42%, enquanto 84% da população depende de ajuda humanitária”.
“41% dos palestinos têm pouco acesso à comida, 60% das crianças palestinas estão anêmicas e a população de Gaza não pode contar com mais de 2 a 4 horas de energia elétrica contínua por dia”, ressalta o documento também lembrando que apenas 1% da população de Gaza tem acesso a água potável no momento.
Em retrospecto, o comunicado ainda lembra que Israel não permite a entrada de ferramentas de diagnóstico e tratamento para câncer em Gaza desde 2007.
A cidade lamentou “a perda de todas as vidas civis em ambos os lados desde 7 de Outubro”. Segundo o Ministério da Saúde da Palestina, mais de 6 mil palestinos foram mortos em Gaza, além de 1.400 israelenses com os ataques do Hamas.
Diante da exposição, o Conselho Municipal comprometeu-se em combater a limpeza étnica e o apartheid “em todo lado”, bem como o “antissemitismo e o etnonacionalismo em todas as suas formas”.
Pedindo por um cessar-fogo humanitário imediato para que a Faixa de Gaza receba ajuda, os representantes também apelaram pela libertação dos mais de 200 reféns israelenses que o Hamas sequestrou em seus ataques.