Moscou e Pequim mostraram estar sintonizados em suas primeiras reações ao ataque promovido neste sábado (13/04) pelo Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (como são conhecidas as Forças Armadas do Irã, cuja sigla é IRGC) contra alvos israelenses.
Porta-vozes de ambos os países pediram “contenção” por parte dos governos de Irã e Israel, e demonstraram sua preocupação com uma escalada do conflito na região do Oriente Médio.
O Ministério de Relações Exteriores da China expressou sua preocupação em um comunicado no qual enfatizou a necessidade de “evitar que o conflito se espalhe e envolva outros países da região”.
O governo chinês declarou que vê os acontecimentos deste sábado como “uma consequência do conflito em Gaza” e reforçou seu apelo para “implementar seriamente a Resolução 2728 do Conselho de Segurança das Nações Unidas” (que fala em estabelecer um cessar-fogo na Faixa de Gaza, mas que não foi acatado por Israel).
Pequim também pediu por uma solução “que leve a um fim da beligerância em toda a região, e a instalação de instâncias de diálogo para a resolução dos diferentes problemas pendentes”.
Por sua parte, o Kremlin manifestou sua “extrema preocupação com outra escalada perigosa na região”, e pediu “a todas as partes envolvidas que exerçam moderação”.
No entanto, o governo russo disse considerar o Ocidente cúmplice dos acontecimentos deste sábado, devido ao fato de que países como Estados Unidos e Reino Unido “bloquearam as tentativas do Conselho de Segurança das Nações Unidas de responder ao ataque israelense ao complexo diplomático iraniano em Damasco”.
Efetivamente, o governo do Irã alegou que o ataque com drones e mísseis efetuado neste sábado foi uma represália àquele atentado ocorrido em 1º de abril, que levou a morte de alguns altos oficiais militares, incluindo o general Mohammad Reza Zahedi.
Além disso, Moscou também se queixou de uma exigência feita pela embaixadora israelense no país, Simona Halperin, para que o país expressasse uma condenação explícita aos ataques feitos por Teerã.
“Simona, você se lembra quando Israel condenou qualquer ataque promovido pelo regime de Kiev contra províncias russas? Não se lembra? Eu também não”, ironizou a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, que citou, posteriormente, o atentado realizado no dia 22 de março, no auditório Crocus City Hall, nos arredores de Moscou, que causou a morte de 140 pessoas.
Em seguida, a diplomata russa acrescentou que lembrava “das declarações regulares de funcionários israelenses em apoio às ações do (presidente ucraniano Volodymyr) Zelensky.