A comunidade palestina em São Paulo e apoiadores fizeram na manhã deste domingo (15/10) um ato na Avenida Paulista, na região central da capital.
Com um pequeno carro de som, faixas e cartazes, o protesto pediu que Israel interrompa os bombardeios e ataques à Faixa de Gaza.
O jornalista e fundador de Opera Mundi, Breno Altman, participou do ato em solidariedade à Palestina. Pelo X (antigo Twitter), ele comentou que foi ao evento para somar na solidariedade, mas foi convidado a falar.
Altman, que é judeu, afirmou que “o Estado colonial de Israel é inimigo da humanidade”, declarando que todos os democratas devem prestar solidariedade incondicional à causa palestina.
“A resistência palestina deve receber a solidariedade incondicionalmente de todos os homens e mulheres democratas, de esquerda, socialistas e anti-imperialistas no mundo inteiro”, disse o jornalista, afirmando que o Estado colonial de Israel é a “encarnação de uma das mais brutais doutrina racistas da nossa era, que é o sionismo”.
Há nove anos no Brasil, Salsabil Tag Eldine também estava no ato e contou à Agência Brasil que trabalha como intérprete, auxiliando pessoas de língua árabe nos trâmites burocráticos de visto e refúgio. Ela saiu da Palestina “por causa da guerra, para uma vida melhor, que a gente consiga estudar e trabalhar”.
Reprodução/ @Ibraspal
Manifestantes pró-Palestina se reúnem em ato na Avenida Paulista, no centro de São Paulo
Ela mantém contato com famílias que estão passando dificuldades em Gaza. Uma dessas amigas também mora no Brasil, mas viajou com os dois filhos para visitar a família do marido, que ainda vive na região. “Estou falando com ela todos os dias, mas ela está sem internet, sem água, sem luz, sem nada. Eu mandei uma mensagem e ela só recebeu 24 horas depois”, disse.
Rawa Alsagheer é coordenadora dos movimentos Dignidade para as Mulheres Palestinas e Caminho Palestino Revolucionário Alternativo. Vivendo no Brasil há oito anos, ela se vê na obrigação de contar a versão dos palestinos sobre o conflito para o mundo.
“Se a gente, palestinos da diáspora, não sairmos e colocarmos a realidade, que é o que os palestinos estão passando há 75 anos, quem vai fazer isso?”, declarou à agência.
Na visão dela, muitas das informações sobre a região chegam ao Brasil de maneira distorcida. “Forma falsa e manipulada para parecer que essa ocupação está se defendendo e nós somos terroristas. Nós estamos defendendo o nosso direito à terra e à existência”, enfatiza a militante.
Além de São Paulo, em Brasília também foi realizado neste domingo um ato pró-Palestina. Os participantes debateram o conflito sob a perspectiva do sofrimento da população palestina tanto hoje como ao longo das décadas de disputa de território com Israel.
(*) Com Agência Brasil.